Seu próximo crush será uma IA: seres sintéticos invadem o mundo digital

O podcast Deu Tilt, que estreia hoje (21), debate a nova onda de influencers que só existem no mundo virtual e arrecadam milhões para seus criadores. O programa é apresentado por Helton Simões Gomes, editor e colunista do UOL, e Diogo Cortiz, pesquisador, professor e também colunista do UOL.

Na discussão sobre esses influenciadores sintéticos, a dupla comentou o ritmo acelerado com que essas personalidades têm crescido e como elas têm sido usadas de forma comercial e até para companhia ou namoro.

Com a popularização da tecnologia, começamos a criar novos influenciadores digitais que nascem por conta de agências publicitárias ou por pessoas avulsas que criam personagens. Tem também o fenômeno das namoradas digitais, as famosas AI girlfriend
Diogo Cortiz

Além das namoradas, há seres sintéticos que apostam na sensualização. No podcast, Diogo contou que conversou com Aitana, uma influenciadora digital com mais de 300 mil seguidores. Criada por uma agência de publicidade espanhola, a jovem de cabelos rosa, aparenta ter 25 anos e se descreve como "gamer" e "fitness lover".

"O mais curioso é que [no feed], é só foto sensual, de biquíni, roupa de academia etc. Fotos para chamar a atenção. Mas a coisa mais bizarra é ver os comentários, cara. Alguns posts chegam a ter até 400 comentários", apontou.

A estratégia é tão clara que Aitana também está no Fanvue, plataforma similar ao OnlyFans.

Eu fui conferir o perfil da Aitana no Instagram e em alguns momentos até pensei que ela fosse humana, mas esse sentimento me veio porque cada vez mais as redes sociais criam jeitos de fazer com que os seres humanos pareçam artificiais
Helton Simões Gomes

A presença de filtros e tantos rostos recauchutados por procedimentos estéticos, como a harmonização facial, contribuem para o sentimento, diz a dupla.

Diferentemente da musa fitness virtual Aitana, algumas personalidades sintéticas criadas por marcas não querem ser vistas como 100% humanas.

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"As marcas vêem essa responsabilidade e não querem antropomorfizar demais. É um personagem, que faz parte do nosso dia a dia", comentou Diogo.

Ainda que o propósito seja outro, essas personalidades sintéticas, caso da Lu, do Magalu, e do CB, das Casas Bahia, querem mesmo é lucrar. A criação delas envolve gastos de R$ 15 mil a R$ 400 mil.

Alguns deles já estão produzindo tantas publis que não só estão pagando esse custo, como estão virando uma fonte de lucro para essas empresas
Helton Simões Gomes

Esses aparelhos vão fazer você deixar o smartphone na gaveta?

Diversas tecnologias são criadas com o objetivo de substituir o smartphone. No quadro "Arrasta pra cima", os apresentadores agem como se estivessem numa rede social: se gostam, deixam um like; do contrário, arrastam pra cima.

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Nessa semana, eles avaliam se os "matadores" da vez possuem alguma chance: São eles:

  • AI Pin, um bottom com inteligência artificial que promete executar todas as funções de um smartphone sem precisar tocar no gadget,
  • Rabbit, um bloco quadrado com uma pequena tela com sistema LAM (Large Action Model), que prevê ações como pedir um Uber sem a necessidade de abrir o app.

Geralmente, quem vira o matador de um produto é aquele que não se propõe a isso
Helton Simões Gomes

Menos correria, mais diálogo: e se o Orkut ainda estivesse vivo?

Como seria o mundo se algumas decisões no mundo tecnológico não tivessem ocorrido são pauta do quadro "E, se?". A pergunta da vez foi: "E se o Google não tivesse matado o Orkut?"

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Ainda no universo dos relacionamentos, um trunfo do Orkut, segundo os apresentadores, foi a característica de criação de comunidades.

Acho que foi a primeira experiência da humanidade, de colocar pessoas para conversar de uma maneira remota, geograficamente espalhada, e em larga escala
Diogo Cortiz

Segundo os apresentadores, o Orkut apontou, em certo sentido, o futuro das redes sociais: a construção de comunidades. Hoje, as plataformas correm para criar grupo de interesse em torno de tema em comum.

Deu Tilt:

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana a partir das 14h:

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