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Tempestade solar: o que acontece se ela atingir a Terra?

Sonda Solar Orbiter flagra gigantesca erupção solar - ESA
Sonda Solar Orbiter flagra gigantesca erupção solar Imagem: ESA

Simone Machado

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

27/02/2022 04h00

Uma imagem impressionante e única da maior erupção solar já captada foi divulgada pela sonda Solar Orbiter, fruto de projeto em conjunto entre ESA (Agência Espacial Europeia) e Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA), há pouco mais de dez dias. A imagem conseguiu capturar o disco solar completo mesmo durante passagens próximas do Sol.

Essa erupção solar se estendeu por milhões de quilômetros no espaço e não veio em direção à Terra. Mas quando surgem notícias de fenômenos desse tipo, uma pergunta sempre fica: e se ela tivesse vindo na direção do nosso planeta o que teria acontecido? Seria então o fim da vida terrestre?

Fique tranquilo, não é bem assim. É verdade que uma tempestade solar mais intensa pode afetar a Terra de maneira mais grave, mas segundo os pesquisadores, isso não é tão simples de acontecer.

Quais seriam os efeitos?

Uma tempestade comum pode causar diversos transtornos como inundações aos mais variados danos à nossa infraestrutura: derrubar pontes, arrancar asfaltos, causar deslizamento de terra, etc.

Se a Terra fosse atingida por uma tempestade solar gigantesca, o primeiro ponto a ser atingido seria a nossa tecnologia, o que faria com que o planeta todo mergulhasse em uma escuridão e a internet de todo o globo ficaria fora do ar.

Com a extensa rede elétrica e de telecomunicações das quais dependemos para praticamente tudo, o estrago causado por um evento semelhante ao da semana passada causaria falhas em satélites, em sistemas como GPS, linhas telefônicas, TV a cabo e até mudanças de rotas de aviões, gerando prejuízo de trilhões de dólares para a economia mundial.

Ciclo solar

Erupções solares são registradas pelos pesquisadores há mais de um século, porém até hoje não se sabe ao certo a sua causa.

Todas as informações sobre elas apontam que essas "explosões" estão diretamente ligadas às disrupções no campo magnético do sol, que oscila durante os ciclos solares.

O Sol tem um ciclo de 11 anos, com variações periódicas da sua atividade magnética - em alguns momentos ele é mais ativo e em outros menos.

As tempestades solares são causadas devido a essas instabilidades no campo magnético e subsequente emissão de plasma solar.

Em 2019, o Sol iniciou seu novo ciclo e, segundo os astrônomos, a atividade máxima solar desse ciclo está prevista para acontecer em meados do ano de 2025.

Histórico de tempestades solares

Em 2012, uma forte tempestade solar quase atingiu a Terra, colocando em sério risco todo o sistema de redes elétricas e ameaçando "reenviar a civilização contemporânea ao século XVIII", conforme relatou a Nasa à época.

A mais grave tempestade solar foi registrada em 1859 - conhecida como "evento Carrington" - que afetou a rede mundial de telégrafos, eletrocutou alguns operadores e incendiou escritórios dos correios.