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Ex-astronauta sugere que Nasa busque vida em exoplaneta que lembra a Terra

Concepção artística do exoplaneta Kepler-442b ao lado da Terra (dir.) - Ph03nix1986/Wikicommons
Concepção artística do exoplaneta Kepler-442b ao lado da Terra (dir.) Imagem: Ph03nix1986/Wikicommons

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt*, em São Paulo

24/02/2022 16h37

Depois de vários dias até chegar em sua "nova casa" no espaço, o Telescópio Espacial James Webb (JWST, sigla em inglês) está próximo de iniciar suas operações científicas em busca de formas de vida fora da Terra. Pensando nisso, o ex-astronauta canadense Chris Hadfield sugeriu um planeta que, segundo ele, seria excelente para o telescópio dar uma olhada.

O planeta em questão é o Kepler-442b, localizado a cerca de 1.200 anos-luz da Terra. Especialistas acreditam que o exoplaneta (ou seja, planeta fora do Sistema Solar) rochoso do tamanho da Terra possa ser mais habitável do que o nosso próprio planeta.

Um dos recursos para a habitabilidade de um exoplaneta é a necessidade de que ele esteja na zona habitável de uma estrela, ou seja, local em que haja temperatura suficiente para existir água em estado líquido.

Um artigo publicado no The Astrophysical Journal, em 2015, explica que diversos exoplanetas identificados pelas missões Kepler e K2 da Nasa, entre eles, o Kepler-442b, são altamente propensos a ter água de superfície líquida como a Terra.

O astronauta canadense Chris Hadfield passou seis meses na ISS (Estação espacial internacional, na sigla em inglês) em 2014 - Reprodução - Reprodução
O astronauta canadense Chris Hadfield passou seis meses na ISS (Estação espacial internacional, na sigla em inglês) em 2014
Imagem: Reprodução

Com base nisso, os cientistas pretendem diminuir a quantidade de candidatos a exoplanetas para, assim, começarem a observar os mais prováveis primeiros.

Os pesquisadores coletaram todos os dados observacionais disponíveis e desenvolveram um esquema de priorização. Dessa forma, quando chegarem a um momento em que há centenas de alvos possam dizer 'ok, é com ela que queremos começar', explicou Rory Barnes, autor principal do artigo à revista Wired em 2015.

James Webb

O Telescópio Espacial James Webb foi lançando pela Nasa em 25 de dezembro de 2021, após quase 30 anos de desenvolvimento e US$ 10 bilhões investidos.

Criado para conseguir visualizar o passado, James Webb tem como objetivo desvendar a formação das primeiras galáxias e estrelas, nascimento de sistemas planetários e possíveis origens da vida, tudo através de luz infravermelha.

Para isso, o telescópio conta com um grande espelho composto por 18 partes hexagonais feitas de berílio (elemento químico resistente usado para endurecer ligas) e painéis folheados a ouro.

James Webb saiu da orbita da Terra, avançando 1,5 milhão de quilômetros em direção ao ponto de Lagrange L2 — onde as forças gravitacionais de objetos celestes conseguem ficar mais estáveis -, além da órbita da Lua.

Recentemente, a Nasa revelou a primeira imagem feita pelo telescópio. Na foto é possível ver 18 pontinhos brancos num fundo escuro que correspondem a mesma estrela em 18 posições diferentes.

Descobrindo exoplanetas

Lançado em 2009, o telescópio Kepler teve como objetivo procurar planetas fora do Sistema Solar, os chamados exoplanetas. Por ficar sem combustível, sua missão foi encerrada em 2018.

Contudo, até a data de seu fim, o telescópio conseguiu detectar mais de 2.600 exoplanetas, alguns com grande potencial de habitabilidade.

*Com informações do Futurism