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Twitter bloqueia conta de Trump por 12 horas e exige exclusão de postagens

Insuflada por Trump, invasão no Capitólio deixou um morto e dezenas de feridos; 13 pessoas foram presas - Andrew Caballero-Reynolds/AFP
Insuflada por Trump, invasão no Capitólio deixou um morto e dezenas de feridos; 13 pessoas foram presas Imagem: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

De Tilt, em São Paulo

06/01/2021 21h32Atualizada em 06/01/2021 23h18

O Twitter anunciou hoje que exigiu a exclusão de três postagens feitas pelo presidente Donald Trump sobre a invasão ao prédio do Capitólio, em Washington (DC). A conta do republicano ficará bloqueada pelas próximas 12 horas, e o prazo pode se estender se os tuítes não forem apagados.

"A conta de Trump ficará bloqueada por 12 horas, à espera da exclusão das postagens. Se os tuítes não forem apagados, a conta permanecerá trancada. Futuras violações das regras do Twitter, incluindo de nossas políticas de Integridade Cívica ou Ameaças Violentas, resultarão na suspensão permanente do perfil", alertou a empresa.

A rede social, que costumava apenas sinalizar os tuítes mentirosos ou infundados de Trump, disse ainda que sua preocupação com o interesse público, que tem orientado as ações de fiscalização, "acaba quando acreditamos que o risco de danos é maior e/ou mais grave".

"Continuaremos avaliando a situação em tempo real, incluindo a análise das atividades realizadas e das declarações feitas fora do Twitter. Manteremos o público informado, inclusive se for necessária uma maior rigidez em nossa abordagem de aplicação [das punições]", concluiu.

O Facebook também anunciou a suspensão da conta de Trump por 24 horas por violar duas de suas políticas em postagens com a promoção de teorias de conspiração sobre a eleição, segundo informou a rede de TV NBC News.

Já o YouTube, que pertence ao Google, anunciou apenas a remoção de postagens de suas contas, incluindo um vídeo no qual ele repete alegações infundadas de que a eleição foi roubada.

Apoiadores de Trump se reuniram hoje nas proximidades do Capitólio para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. A invasão aconteceu pouco depois de a sessão conjunta do Congresso ser interrompida por uma objeção, por parte de parlamentares republicanos, ao resultado do pleito no estado do Arizona, vencido por Biden.

Além de policiais, atiradores de elite e outras forças de seguranças foram acionadas para conter os manifestantes. Deputados e senadores tiveram que se esconder, e o vice-presidente Mike Pence foi retirado do prédio. Uma funcionária do Capitólio acabou baleada e morreu.

Repúdio mundial

Chefes de Estado em todo o mundo repudiaram hoje a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump. Um dos primeiros a se pronunciar, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, definiu as cenas de violência e vandalismo como "vergonhosas" e pediu por uma transferência de poder pacífica.

"Cenas vergonhosas no Congresso norte-americano. Os EUA são uma representação da democracia ao redor do mundo e é vital que haja uma transferência de poder pacífica e ordenada", escreveu, em referência à futura posse de Joe Biden como presidente do país.

Presidentes sul-americanos também se manifestaram: Sebastian Piñera, do Chile, disse que condena a violência nos atos em Washington (DC) e que confia na democracia americana para garantir o emprego da lei e da ordem, bem como o Estado de Direito.

Iván Duque, da Colômbia, também afirmou confiar na estabilidade das instituições americanas e no respeito à democracia, "valores compartilhados por nossos países desde o início de nossa república". "Presto minha solidariedade e apoio aos honrosos membros do Congresso e a todas as instituições dos EUA", acrescentou.