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Nova bactéria destrói substância que causa câncer e polui rios, diz estudo

Sujeira no rio Passaic no norte de Nova Jersey (EUA) inspira Universidade Rutgers a criar bactéria que destrói dioxinas, nocivas ao corpo - Divulgação/Wikimedia Commons
Sujeira no rio Passaic no norte de Nova Jersey (EUA) inspira Universidade Rutgers a criar bactéria que destrói dioxinas, nocivas ao corpo Imagem: Divulgação/Wikimedia Commons

Gabrielle Pedro

Colaboração para Tilt

24/08/2020 13h26

Uma equipe de cientistas da Universidade de Rutgers, nos EUA, encontrou uma bactéria que, segundo eles, destroem dioxinas, que são toxinas cancerígenas e perigosas para o corpo humano. De acordo com a revista Environmental Science & Technology, a descoberta foi feita enquanto o grupo buscava maneiras de limpar o rio Passaic, no estado de Nova Jersey.

"O processo conduzido pelas bactérias que observamos diminui muito a toxicidade da dioxina", disse a autora sênior Donna E. Fennell, professora e presidente do Departamento de Ciências Ambientais da Escola de Ciências Ambientais e Biológicas da Universidade de Rutgers.

Com isso, o grupo avalia que a bactéria pode ajudar na limpeza de outros lugares com resíduos tóxicos em todo o mundo. "Nossos resultados mostraram que, embora o processo seja bastante lento, ele pode ser aprimorado e até ter o potencial de remover todos os cloros tóxicos do composto", disse a doutoranda e autora da pesquisa Rachel K. Dean à imprensa.

Mas, o que essa bactéria faz?

De acordo com o estudo, essa bactéria retira os átomos de cloro da tetraclorodibenzo-p-dioxina, considerada a dioxina mais tóxica que existe. Sem seus átomos de cloro, a dioxina, que é um subproduto das fábricas de produtos químicos que operavam na região, torna-se muito menos perigosa.

Esses produtos químicos podem causar câncer, problemas reprodutivos e de desenvolvimento e danos ao sistema imunológico. Eles também podem interferir nos hormônios do corpo.

Próximos passos

Dean e sua equipe agora esperam descobrir o que está acontecendo no nível molecular, quando a bactéria tira a dioxina de seus átomos de cloro. Assim que concluírem esta etapa, o próximo objetivo é tentar identificar as enzimas envolvidas na descloração, para que possam desenvolver um tratamento químico que neutralize as dioxinas no rio Passaic e em outros lugares contaminados.