TVs estão mais nítidas e finas. Mas projetor pode ser a próxima revolução
Você troca de celular a cada dois ou três anos, mas provavelmente não faz isso com televisores. Houve um tempo em que o mesmo modelo durava até 10 anos em sua casa. Hoje a TV cresceu, ficou mais fina, mais nítida e conectada à internet. E agora, qual o próximo passo? Nem mesmo as empresas que estiveram nesta semana na CES (Consumer Electronics Show, maior feira de tecnologia do mundo) de Las Vegas sabem.
O que cada empresa sabe é que o consumidor não quer mexer no time que está ganhando. Ou seja: a guerra pela imagem perfeita continua e os aparelhos seguem enormes e finos. Nesse aspecto, a LG foi a campeã deste ano com os 2,57 milímetros da sua linha Signature W7, com iluminação OLED (a evolução da atual tecnologia LED). Para se ter uma ideia, a TV é grudada por imãs na parede. Mas isso não é nenhuma novidade: a própria LG mostrou um aparelho com os mesmos 2,57 mm de espessura na CES 2016.
Outra mudança interessante apresentada pela LG, que paira como a marca que mais busca reinventar o mercado, é o protótipo de uma TV que não precisa de alto-falantes. Isso porque eles estão embutidos na própria tela. O som vem direito da imagem que você está assistindo, não pelos lados, por trás ou por baixo do aparelho. A empresa busca uma experiência mais real com isso.
Qualidade da imagem: o céu é o limite?
A qualidade das imagens oferecidas vai bem, obrigado, mas cada empresa faz de um jeito. O citado OLED já é uma constante na LG e, neste ano, a Sony mostrou na CES seu primeiro televisor comercial com o recurso, a Bravia XBR-A1E, que promete entrar na concorrência.
Em termos de resolução, a polêmica 8K parece que está sendo deixada de lado neste ano - quase todos os modelos são 4K mesmo. Faz sentido, já que a maioria das pessoas sequer vê muito motivo para deixar de usar seus “antigos” modelos HD ou Full HD.
O que está mesmo em xeque é a forma com que as empresas estão tentando alcançar a melhor imagem. A Samsung ainda aposta no SUHD (ultra alta definição) com Quantum Dot, tela com nanocristais que emitem ondas de luz com maior gama de cores e luminosidade que os modelos atuais - a empresa alega que a tecnologia QLED é melhor que a OLED. A LG veio com a linha Super UHD com tecnologia Nano Cell, que busca as imagens mais realistas possíveis, permitindo ângulos de visão mais amplos.
Em meio a essa complicada mistureba de tecnologias e letrinhas, que para um usuário comum não fazem muita diferença, quem vem ganhando terreno são os modelos orientais. Os estandes de fabricantes chinesas (Xiaomi, Hisense, TCL, Changhong, Haier) e turca (Vestel) mostraram modelos sem grandes recursos técnicos em seu marketing, mas tudo bem: as imagens projetadas eram igualmente bonitas e bem definidas para o público leigo. Lojas americanas já vendem modelos da Hisense e TCL.
Por enquanto, essas marcas ainda não chegaram ao Brasil, mas com o avanço global dessas empresas, isso não deve demorar. A TCL, por exemplo, recentemente anunciou que fabricará celulares da Blackberry.
Ainda é possível revolucionar TVs?
Ano após ano as empresas seguem tentando criar uma nova revolução no universo dos televisores. O consumidor, contudo, não parece tão animado. Afinal, todo mundo por aí já tem TV com tecnologia 3D, que surgiu como a "próxima grande inovação" da indústria há alguns anos? Pois é, o produto sequer é lembrado com destaque em feiras como a CES.
A tela curva foi outra tentativa de mudar o formato de sua televisão. A mudança, que promete uma melhor qualidade e experiência para o telespectador, não causou correria às lojas em busca de novos modelos. As telas curvas não são mais novidade, mas ainda aparecem aos montes. Era possível ver várias pela feira, apesar de ainda não ter se popularizado.
Inovações diferentes também surgem, principalmente de companhias como a LG. No ano passado, a companhia apresentou um protótipo de uma TV que se enrolava como um jornal – esta sim uma revolução, principalmente pela praticidade do transporte do produto. O aparelho, contudo, segue longe do mercado. A empresa mostrou ainda na CES deste ano, assim como em 2016, uma televisão transparente, em que é possível ver o que ocorre na vida real atrás da imagem. É difícil ver a utilidade dessa tecnologia.
A Samsung, por outro lado, pretende uma revolução de dentro para fora. A cada ano, o termo "internet das coisas" é mais citado em conferências da companhia. Na CES 2017, entre os anúncios de novas TVs, houve apresentações de novas funcionalidades neste sentido – entre elas, uma ferramenta que avisa quando seu time favorito está prestes a disputar uma partida. Nada que o Facebook ou o Net Now já não faça.
A última grande mudança nas nossas televisões foi o surgimento da tela plana, que acabou com os ultrapassados televisores de tubo. Desde então, apesar de várias tentativas da indústria, a única evolução é na qualidade dos equipamentos – do LCD para LED, do LED para OLED/QLED; do HD para Full HD, do Full HD para a 4K e assim por diante.
Projetores: o próximo nome do jogo?
Mas e se as TVs chegaram no teto, o que veremos a seguir? LG e Sony pelo menos deram sinais de que os projetores podem virar a bola da vez.
A Sony veio com o projetor home-theater de curta distância VPL-VZ1000ES, com imagem 4K HDR (com melhor balanço de contraste) que pode projetar até 100 polegadas na parede. Já a LG apresentou de forma discreta em seu estande o Pro Bean, um modelo portátil com projeção laser Full HD com 2.000 lúmens --nível obtido pelos melhores modelos da atualidade.
Isso sem falar de um protótipo da Sony, o Xperia Projector, que transforma qualquer superfície plana em uma tela touchscreen. Já um projetor da Razer, voltado para gamers, transforma a parede inteira de sua sala em uma tela. Vale lembrar que o cinema é uma projeção de ótima qualidade.
O problema para emplacar o projetor no lugar das superTVs continua sendo preço: o VPL-VZ1000ES da Sony custará US$ 25 mil (cerca de R$ 80 mil) , e o Pro Bean da LG ainda não teve preço anunciado, mas provavelmente não será barato também.
Com colaboração de Gabriel Francisco Ribeiro
*O repórter viajou a convite da Qualcomm
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