Topo

Tripulação da ISS improvisa e conserta vazamento de ar com fita adesiva

Imagem da ISS tirada do ônibus espacial Endeavor - Nasa
Imagem da ISS tirada do ônibus espacial Endeavor Imagem: Nasa

Em Moscou

19/10/2020 15h30

A tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) consertou temporariamente um vazamento de ar detectado em agosto de forma curiosa.

A solução foi possível, segundo a agência espacial russa Roscosmos, com os "meios temporários disponíveis a bordo": uma fita adesiva de poliamida.

"No momento, a principal força-tarefa de controle está desenvolvendo, junto com a tripulação da 63ª expedição, um programa de ações para selar definitivamente o local do vazamento", informou a Roscosmos nesta segunda-feira.

Segundo o vice-diretor do centro de voo espacial da corporação russa Energy, Pavel Vinogradov, citado pela agência russa, um equipamento americano da estação não conseguiu detectar o local do micro vazamento, e os cosmonautas russos recorreram a "remédios populares".

"Eles soltaram pequenos pedaços de papel, esperando que o fluxo de ar os colasse no buraco. Não funcionou. Os papéis ficaram grudados nos painéis por causa da eletricidade estática", disse ele.

Com isso, a equipe da ISS optou por usar folhas de chá.

"A folha de chá é orgânica e não é afetada pela eletricidade estática. Eles abriram um saquinho de chá e deixaram cair uma pitada de folhas no compartimento onde supunham que havia o vazamento. Com base no movimento das partículas quase microscópicas, a direção do fluxo de ar poderia ser estabelecida", explicou Vinogradov.

Em seguida, o vazamento foi selado com a fita adesiva de poliamida.

"Nos próximos dias, os cosmonautas verificarão a área suspeita com equipamentos e depois selarão o vazamento definitivamente. Não com um pedaço de plástico, é claro. Os cosmonautas têm tecnologias especiais para selar os buracos", afirmou.

No final de setembro, após vários testes, a tripulação constatou que o vazamento detectado em agosto estava no módulo russo Zvezda, onde ficam os equipamentos científicos dos cosmonautas.

A Roscosmos disse que se tratava de um vazamento um pouco maior do que o máximo permitido pelos regulamentos, mas que não representava um perigo para a tripulação ou para a ISS.

Atualmente na plataforma orbital estão os russos Anatoli Ivanishin, Ivan Vagner, Sergei Rizhikov e Sergei Kud-Sverchkov, e os americanos Chris Cassidy e Kathleen Rubins.