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Nasa transmite pouso em asteroide 'testemunha' da formação do Sistema Solar e ameaça para a Terra

Ilustração mostra sonda Osiris-REx na órbita do asteroide Bennu - Nasa
Ilustração mostra sonda Osiris-REx na órbita do asteroide Bennu Imagem: Nasa

20/10/2020 08h33

Sonda Osiris-Rex, que já orbita asteroide, tentará coletar amostras com grande potencial para estudo científico na Terra.

A Nasa tentará pousar nesta terça-feira (20/10) uma sonda em um asteroide, em uma missão de "engenharia complexa", segundo a agência espacial americana.

A missão, em que a sonda Osiris-Rex tentará coletar amostras do asteroide Bennu, será transmitida a partir de 18h no horário de Brasília no site da agência, com aterrissagem prevista para 19h12.

Conhecido desde 1999, o Bennu contém material do início do Sistema Solar e pode ter moléculas orgânicas portadoras de carbono, ingredientes essenciais para a vida na Terra, assim como minerais contendo ou formados por água. Os pesquisadores acreditam que corpos celestes como Bennu podem ter semeado a Terra com os químicos necessários para a vida.

Por isso, a coleta de seu material tem grande importância para a comunidade científica.

Na missão desta terça-feira, deverá ser realizada uma manobra chamada TAG, sigla para "Touch-and-Go", em que a nave rapidamente aterrissa e decola com poucos segundos de intervalo— neste caso, o necessário para coletar através de um braço mecânico uma amostra pelo menos 60 gramas, o objetivo da missão.

Se tiver sucesso, a missão poderia trazer a maior amostra extraterrestre desde que astronautas da missão Apollo coletaram rochas da Lua, há 50 anos.

A Osiris-Rex, com tamanho comparável a uma van para 15 passageiros, está orbitando Bennu desde 2018, a 200 milhões de milhas (321 milhões de quilômetros) da Terra.

Já o Bennu tem a altura do prédio Empire State, em Nova York, e tem o potencial de atingir a Terra no século 22, por volta do ano 2135 ? segundo a Nasa, com uma pequena chance de 1 em 2.700. Ele possivelmente carrega materiais orgânicos, carbonatos, silicatos e água absorvida que podem ser muito úteis para investigações científicas na Terra.

Se, nesta terça-feira, a coleta falhar, a missão poderá fazer uma nova tentativa. De qualquer forma, espera-se que, pela distância, as amostras só cheguem à Terra a partir de 2023.