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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

LBFF: rotatividade de campeões valoriza novos times e talentos no Free Fire

B4 Free Fire - Divulgação/Garena
B4 Free Fire Imagem: Divulgação/Garena

Colunista do UOL

04/11/2021 04h00

Desde que foi estabelecida, no ano passado, com esta nomenclatura, a Liga Brasileira de Free Fire teve cinco edições e cinco campeões diferentes (a segunda edição foi cancelada por conta da pandemia de COVID-19): Team Liquid, SS, Fluxo, Vivo Keyd e B4. O mesmo vale para o posto de MVP: foram cinco jogadores distintos.

Obviamente, há equipes que sempre estão brigando no topo e com pontos de destaque constantes, mas esse "revezamento" no trono é digno de reflexão sobre como as características do battle royale da Garena conferem um dinamismo ao seu cenário competitivo que poucos outros torneios conseguem reproduzir.

O fato de o Free Fire ser extremamente democrático e dar oportunidades aos mais diversos públicos faz com que, a cada nova edição da Liga, talentos possam despontar e ganhar seu espaço. A chance de, a longo prazo, uma organização se consolidar isoladamente no posto de maior campeã é bastante considerável. Mas, hoje, podemos afirmar sem receio que a competição jamais será algo maçante ou previsível.

O formato do jogo, em si, já dá boas garantias de emoções renovadas a cada semana de confrontos. Não se trata de A contra B, onde um é favorito, o outro é azarão (e portanto o resultado vai ser, necessariamente, o óbvio ou uma surpresa). São múltiplas equipes buscando estratégias simultaneamente, se adaptando, inovando e, ao mesmo tempo, tendo de lidar com adversários cada vez mais preparados. São centenas e centenas de line-ups, todos os dias, buscando um lugar ao sol nos mais diferentes níveis competitivos. Isso acontece em todas as divisões do jogo, nas séries A, B e C.

Uma frase muito bem dita pelo streamer Alexandre "Gaules" representa como o Free Fire rompeu barreiras de classes sociais e trouxe esperança a quem tinha o esporte eletrônico como algo inalcançável: "Hoje, o sonho do moleque não é mais ser um traficante, e sim ser o Nobru". Aqui em START, também publicamos uma matéria mostrando que o FF substituiu outro sonho: o de ser jogador de futebol.

Nada pode ser mais nobre no esporte do que mudar uma vida e colocar o brilho no olhar de quem vislumbra um dia estar onde o ídolo está.

Acima de uma disputa por dinheiro, troféus ou glórias que ficarão marcadas na história, as competições desempenham funções sociais, que vão desde distribuir entretenimento até povoar o mercado de trabalho - e, consequentemente, criar profissões diversas. A LBFF pode até ser nova perante outras ligas concorrentes, mas é notável como se estabeleceu dentro das suas próprias características e moldou seu público com elas em consideração.

Levando para a comparação com o futebol, quando falamos do Free Fire nacional, esqueça campeonatos como o Alemão, o Francês ou o Espanhol, com longas hegemonias ou protagonismo dividido entre poucos nomes. Tratamos aqui de uma deliciosa imprevisibilidade - que só aumenta a ansiedade para a próxima edição. Aliás, que venha 2022 - e com um sexto campeão à vista, não é mesmo?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL