Topo
OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

PES virou eFootball e agora é grátis. O que isso significa para o mercado?

eFootball PES - Divulgação/Konami
eFootball PES Imagem: Divulgação/Konami

Colunista do UOL

13/08/2021 04h00

Como passam por (re)lançamentos anuais, os simuladores de futebol viraram uma pequena bússola do mercado de games, apontando tendências de tecnologia e consumo que surgem quase diariamente no setor. Mas, em 2021, a Konami marcou um daqueles golaços que ninguém estava antecipando.

Agora, o seu produto, Pro Evolution Soccer, passou a se chamar a eFootball. E se tornou gratuito - algo totalmente revolucionário para quem acompanha este cenário há tanto tempo. Além disso, terá uma versão mobile e contará com crossplay, ou seja, será possível criar partidas entre pessoas em diferentes plataformas (PC, consoles ou celular).

Obviamente, as mudanças propõem uma democratização radical do título. Isso deve não só multiplicar o número de jogadores, mas também ampliar sua presença como uma modalidade de eSports. "O eFootball elevará o nível dos eSports e se tornará a melhor experiência de futebol", prometia o comunicado da Konami.

É como se, em sua eterna rivalidade com a EA (publicadora de FIFA), a Konami tenha simplesmente decidido mudar as regras do jogo. As batalhas por licenciamentos de times e garotos-propagandas, pelo melhor motor gráfico e pela jogabilidade mais realista provavelmente vão continuar, mas a principal medida do sucesso não será mais "quem vendeu mais".

Muitos jogos free-to-play, com diferentes níveis de sofisticação ou orçamento, fizeram sucesso ao longo dos últimos anos. Obter lucro dessa forma não é uma tarefa complicada. Mas ainda faltam detalhes para compreendermos como serão as compras dentro do jogo - estratégia que, mal-executada, já azedou fãs fervorosos de muitos outros games.

Alguns, inclusive, já mostraram resistência ao novo eFootball. Houve críticas à ênfase no modo online, que parece ser o novo foco do jogo. Caberá à Konami ouvir os feedbacks e ajustar a nova marca de maneira a agradar quem chegará agora, mas sem alienar que já está junto do título há um bom tempo.

Mas o próximo passo mais relevante, agora, é o do rival FIFA - que já flerta com as compras in-game há um bom tempo, não sem algumas polêmicas. Não há nenhuma mudança radical prevista para o título de 2022, mas se ele migrar também para o formato gratuito em 2023, vai ser um abalo gigantesco no comportamento da indústria. São dois gigantes, pilares do mercado há mais de 20 anos, mudando totalmente de modelo de negócio.

Por outro lado, é necessário pensar fora da bolha e encarar os games não como um privilégio, mas sim como uma forma de entretenimento que precisa ser cada vez mais acessível. É uma legitimização diária, quebrando paradigmas e preconceitos. O eFootball tá entrando em campo com esse potencial.

SIGA O START NAS REDES SOCIAIS

Twitter: https://twitter.com/start_uol
Instagram: https://www.instagram.com/start_uol/
Facebook: https://www.facebook.com/startuol/
TikTok: https://www.tiktok.com/@start_uol?
Twitch: https://www.twitch.tv/startuol

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL