Esposa conheceu Kubrusly em site de paquera e demorou a ver seu rosto
Com a estreia do documentário "Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí", Beatriz Goulart, esposa de Maurício Kubrusly há duas décadas, recordou como foi conhecer o jornalista já com a fama consolidada - mas anonimamente. O filme será lançado em 4 de dezembro, no Globoplay.
O que aconteceu
No filme, a arquiteta diz que conheceu o esposo em um site de relacionamentos. Mas, por ser conhecido pelo público após três décadas na Globo, ele demorou para revelar seu rosto e nome para a pretendente. Em entrevista ao jornal O Globo, Beatriz acrescentou que no início do relacionamento, o parceiro só saía de casa de carro e disfarçado, usando boné e óculos escuros. O jornalista temia ser sequestrado por conta de sua fama.
Segundo ela, a popularidade do esposo chegou a atrapalhar consultas médicas. "Tratavam ele como uma celebridade e não como paciente. Perguntavam da televisão e a gente ficava no escuro", desabafou ela.
Após sair da emissora em 2019, o casal se mudou para o sul da Bahia. Beatriz diz que, com a piora da demência frontotemporal de Kubrusly e a deterioração do centro de São Paulo, viver na região se tornou mais difícil. Ela diz que ele passou a se impressionar com a população carente e se preocupava cada vez mais com sua alimentação e em saber de tinham onde dormir, distribuindo todos os dias, comida a quem estivesse na rua.
Sobre a mudança, ela recordou: "No começo, ele não gostou. Falava: 'Por que você não me trouxe para esse fim de mundo? Aqui não tem ninguém. Aqui não é a Bahia nada, só tem gente loira'". Mas, com o passar do tempo e conforme foram conhecendo a cidade, ele passou a gostar mais de morar por lá. "Ele já desligou de saber onde está. Antes, a gente andava quilômetros, agora caminhamos uns 500 metros, porque ele se cansa."
Ao assistir ao documentário pela primeira vez na 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, a arquiteta disse que Kubrusly gostou de se ver na tela e a abraçou com força durante a exibição. Apesar do momento afetuoso, ela diz que foi difícil ver deterioração da doença do marido, que desde o fim das gravações, em dezembro de 2023, até o momento, tem falado cada vez menos.
Os sintomas de Kubrusly começaram em 2016, mas o diagnóstico exato só veio há dois anos. Então, ele deu início a um tratamento com canabidiol, que controlou seus impulsos agressivos e a qualidade do sono, o que é comum em pacientes com o quadro. "A evolução da demência tem em altos e baixos. Mas ele já esteve pior e a consciência que tem de si mesmo continua iluminada", finalizou a esposa.
6 comentários
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Cezar Augusto Filho
Kubrusly, um excelente profissional. Uma tristeza ver como uma mente brilhante, demonstrada em vários trabalhos, são destruídos por essa doença. Muito triste!!!
Mariella Aparecida Rocha Monteiro dos Santos
Desejo o melhor a esse grande profissional e sua esposa! Apenas, triste com a passagem em que sua sensibilização com as pessoas em situação de rua é sinalizada como piora em sua demência... Para mim, essa é a mais pura prova de lucidez de uma pessoa que se queira humana.
Solange Soares de Campos
Kubrusly maravilhoso, antes da pandemia em dias de carnaval fui passear com uma amiga pelo centro de SP e o encontrei no SESC 13 de maio, ao passar nós ele e a companheira nos cumprimentaram. Quando cursei jornalismo estava na fila para acessar a biblioteca do Centro Cultural e ele também passou por lá e foi tão simpático cumprimentando a todos muito sorridentente. Eu o admiro muito.