Conteúdo publicado há 11 meses

Ferrari e criptos: o que se sabe sobre diretor acusado de rombo na Netflix

A Netflix acusa o diretor Carl Erik Rinsch de usar um orçamento milionário para fins pessoas e não entregar uma série prometida à plataforma streaming. O caso foi revelado pelo jornal The New York Times.

O que aconteceu

Netflix acusa Carl Erik Rinsch de receber, no total, US$ 55 milhões e nunca finalizar um episódio da série de ficção científica 'Conquest'. Na conversão, o valor equivale a aproximadamente R$ 270 milhões.

Contrato inicial era com a Amazon, mas Rinsch recebeu uma proposta melhor da Netflix. Outras plataformas manifestaram interesse: HBO, Hulu, Apple e YouTube. Mas, na Netflix, o diretor recebeu "liberdade orçamentária e criativa quase total".

'Conquest' era aposta de audiência. As conversas indicavam que a produção poderia ter repercussão semelhante à da franquia Stranger Things, com possibilidade de sequências e spinoffs. Nenhum episódio foi entregue, no entanto.

Comportamento mudou logo depois de assinar o contrato. Segundo o The New York Times, o diretor afirmava ter descoberto o "mecanismo secreto de transmissão da covid-19" e ser "capaz de prever a queda de raios".

Diretor chegou a filmar no Brasil. Algumas cenas de 'Conquest' foram filmadas em São Paulo, Montevidéu (Uruguai) e Budapeste (Hungria). Na capital paulista, Rinsch teria "maltratado a equipe com gritos, xingamentos e irritação excessiva", segundo uma denúncia recebida pelo sindicato local e obtida pelo jornal americano.

Criptomoedas e frota de Rolls-Royces. Rinsch teria investido o dinheiro da Netflix em criptomoedas e no mercado de ações, além de móveis, artigos de luxo, cinco Rolls-Royces e uma Ferrari, segundo um extrato de contas revisado pelo NYT. Ele alega que as compras seriam usadas na produção.

Netflix cancelou projeto ao perceber que 'Rinsch nunca iria concluir o projeto', afirmou Thomas Cherian, porta-voz da Netflix. Ele afirma que a empresa deu "financiamento adicional substancial e outros apoios", mas não teve retorno da série.

Rinsch processa Netflix por violar contrato e pede US$ 14 milhões por danos. A empresa de streaming nega e classifica a acusação do diretor como extorsão. O caso corre na Justiça de forma confidencial.

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Rinsch dirigiu apenas um filme em sua carreira, 47 Ronin, que foi considerado um "fracasso comercial e crítico". Lançado em 2013, a produção foi estrelada por Keanu Reeves.

Netflix liberou Rinsch para vender a produção. A compradora deverá arcar com os prejuízos deixados por Rinsch desde 2018, quando as negociações foram iniciadas.

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