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Por que Carla Cecato é conhecida como garota-propaganda de Jair Bolsonaro?

A apresentadora Carla Cecato - Reprodução/Instagram
A apresentadora Carla Cecato Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

01/11/2022 13h56Atualizada em 01/11/2022 14h31

Carla Cecato, agora ex-apresentadora da Jovem Pan, está sendo mencionada nas redes sociais como "garota-propaganda" de Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A jornalista recebeu a alcunha porque foi a apresentadora da propaganda eleitoral do candidato à reeleição neste ano.

Ela foi contratada para apresentar as inserções de TV e rádio de Bolsonaro no segundo turno.

O primeiro programa com a participação de Carla foi ao ar no dia 7 de outubro, cinco dias depois do primeiro turno, em que Lula teve 48,43% dos votos e Bolsonaro, 43,2%.

Em uma das inserções, ela criticou as medidas de isolamento social tomadas durante a pandemia da covid-19. No entanto, quando contraiu a covid-19 em março do ano passado, ela suplicou para que os jovens obedecessem à quarentena.

Após a repercussão da contradição, Carla se manifestou: "Aquele vídeo que fiz foi para os jovens que estavam saindo para aglomerar, não para os trabalhadores que precisavam sair para trabalhar."

Carla Cecato na propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) - Reprodução - Reprodução
Carla Cecato na propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro (PL)
Imagem: Reprodução

Como Carla chegou à função

Carla trabalhou na RecordTV por 16 anos, atuando em diversos programas da emissora como "Fala Brasil", "SP Record", "Jornal da Record, "RJ Record", Repórter Record", "Câmera Record" e "Domingo Espetacular". Ela foi demitida em maio do ano passado.

Em junho deste ano, a jornalista ganhou convite para voltar à TV no programa "Talk Show", da Jovem Pan. No mês seguinte, ela assumiu a vaga da apresentadora Antônia Fontenelle na atração, que deixou a atração para concorrer ao cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro.

A oportunidade surgiu seis dias após chamar atenção com uma fala favorável ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no programa "Linha de Frente", da Jovem Pan News.

"Eu conversei com um dos maiores diretores de jornalismo da televisão brasileira, e ele me falou que, desde o governo Bolsonaro, não jorra mais dinheiro na imprensa. O Bolsonaro não manda dinheiro para emissoras de televisão. Por ética. O que acontecia em todos os governos? Os presidentes derramavam milhões de reais nas empresas jornalísticas para publicidade comercial do governo", disse, na ocasião.

Desde então, em suas aparições na televisão, deu opiniões favoráveis a Bolsonaro.

Em agosto, ela criticou a postura de William Bonner na sabatina do então candidato no "Jornal Nacional" (TV Globo).

"Quando você estuda jornalismo, e hoje em dia não é mais obrigatório, o que é uma pena, você tem que respeitar a pessoa que você está entrevistando e deixá-la falar. Eles não o deixavam concluir uma frase. Parecia que ele estava ouvindo alguém falar no ponto: 'Corta ele'", acusou.

Em setembro, após três meses no canal, Carla decidiu deixar a Jovem Pan. No início do mês, ela negociou a volta para a emissora com um aumento salarial. Depois de algumas semanas afastada para atuar como garota-propaganda de Bolsonaro, Carla foi demitida.

Ela se junta a outros cinco profissionais que foram demitidos do Grupo Jovem Pan desde a manhã de ontem. Além dela, comentaristas como Caio Coppolla, Augusto Nunes e Guilherme Fiuza foram dispensados.