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J.K. Rowling lança livro sobre assassinato de mulher acusada de transfobia

J.K. Rowling afirma que escreveu o livro antes de ser acusada de transfobia - Neil Hall
J.K. Rowling afirma que escreveu o livro antes de ser acusada de transfobia Imagem: Neil Hall

De Splash, em São Paulo

01/09/2022 15h49

Foi lançado nesta semana nos Estados Unidos "The Ink Black Heart", o novo livro de mistério de J.K. Rowling sob o polêmico pseudônimo Robert Galbraith. Na trama, a criadora de um desenho animado é assassinada após ser acusada de transfobia e racismo na internet.

Em entrevista ao jornalista Graham Norton, a criadora de "Harry Potter" nega que a história seja inspirada em sua própria vida e afirma que escreveu o livro antes de ser acusada de transfobia.

"Eu escrevi o livro antes de certas coisas acontecerem comigo na internet. Eu disse ao meu marido: 'Eu acho que todo mundo vai ver isso como uma resposta ao que aconteceu comigo', mas genuinamente não é", afirma a autora.

No livro, Edie Ledwell, criadora de um desenho também chamado "The Ink Black Heart", é chamada de racista, transfóbica e capacitista após fazer uma piada sobre uma minhoca intersexo. Ela recebe ameaças e vai à polícia, que nega ajuda. Depois, é encontrada morta.

Na entrevista, J.K. Rowling afirma que os fãs do desenho não têm relação com os fãs de "Harry Potter", e que teve a ideia para a história cerca de três anos atrás.

"The Ink Black Heart" é o sexto volume na série de romances policiais de J.K. Rowling. No quinto livro, "Troubled Blood", ela criou um assassino em série — um homem cis — que veste roupas femininas para matar mulheres cis.

O próprio pseudônimo escolhido pela autora causou polêmica: Robert Galbraith era o nome de um psiquiatra norte-americano famoso por experimentar, na década de 1950, a terapia de conversão sexual. Ele chegou a afirmar ter convertido com sucesso um paciente homossexual.