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'Coça de x*reca', 'p*ca de mel': funk proibidão faz sucesso em Portugal

Anitta e Rebecca levaram funk à Portugal - Reprodução/Instagram @rebecca
Anitta e Rebecca levaram funk à Portugal Imagem: Reprodução/Instagram @rebecca

De Splash, em Lisboa

01/07/2022 04h00

Sol, praia, altinha na área e funk proibidão tocando em uma caixinha de som na areia... Parece o Rio de Janeiro, mas é Portugal, onde o funk ganha cada vez mais força entre os jovens.

Foi numa cena como a descrita acima que Splash encontrou a jovem Alexia Martins, de 18 anos. Ela costuma ir à praia em Cascais, cidade vizinha a Lisboa, com os amigos e coloca funks brasileiros para ouvir enquanto curte os dias de sol.

Para ela, não pode faltar a versão remix de "Dançarina", parceria de DJ Pedro Sampaio e Anitta com Nicky Jam, MC Pedrinho e Dadju. Mas também escuta outras como "P*ca de mel", de MC Kevin.

"Eu só gosto de funk. A maior parte dos meus amigos gostam de funk, a gente não gosta muito da música daqui. Não me identifico com o fado. Tocam muitos artistas aqui: o Kevinho, o MC Lan, adoro o Pedro Sampaio, a Rebecca... Vemos as dancinhas no TikTok dos famosos brasileiros que assistimos."

Praia que Alexia costuma frequentar com amigos e ouvir funk - Filipe Pavão/UOL - Filipe Pavão/UOL
Praia que Alexia costuma frequentar com amigos e ouvir funk
Imagem: Filipe Pavão/UOL

Ela esteve no Rock in Rio no dia em que o funk dominou o line-up com Rebecca e Anitta, de quem ela é fã. "Anitta passa empoderamento feminino e por isso a maior parte das pessoas gostam dela. Várias pessoas ficaram com inveja por ir ao Rock in Rio vê-la", disse.

A sonoridade do funk agrada também os jovens que vivem em Portugal, mas nasceram em outros países.

Anceliana, de 25 anos, escolheu o dia em que o funk dominava o line-up do Rock in Rio Lisboa, com Rebecca e Anitta entre as atrações, para curtir o festival. Ela acredita que o ritmo se aproxima da cultura de Sao Thomé, onde nasceu.

"O ritmo, a batida e a alegria são muito parecidas com a cultura africana", disse.

Anceliana e Dagma assistiram aos shows de Rebecca e Anitta em Lisboa - Filipe Pavão/UOL - Filipe Pavão/UOL
Anceliana e Dagma assistiram aos shows de Rebecca e Anitta em Lisboa
Imagem: Filipe Pavão/UOL

Ela não estava sozinha. Sua amiga Dagma, de 28, natural de Moçambique, pensa que a música fala da realidade da população mais pobre.

"Fala da realidade das favelas. Não e só pra rebolar a raba", completou a jovem após assistir ao show de Rebecca, que levou o funk proibidão ao palco Galp Música Valley, às 16h (12h no horário de Brasília), no último dia de programação.

A apresentação da carioca Rebecca foi repleta de músicas para rebolar, danças ousadas e letras com conotação sexual.

"Fazendo história na minha vida, na minha carreira. Quero retribuir esse carinho dando coça de xereca em vocês", disse Rebecca antes de cantar "Coça de X*reca", levando os fãs mais jovens ao delírio. No entanto, algumas pessoas ao entorno reagiram com surpresa à declaração da artista.

Antes de cantar "Cai de Boca", ela voltou a surpreender: "Essa aqui é para todos os homens que têm nojo de chupar b*ceta".

No mesmo dia, Rebecca ainda subiu ao palco no show de Anitta, que cantou às 22h (18h no horário de Brasília) no Palco Mundo para cerca de 80 mil pessoas. Juntas, performaram "Combatchy" e "Favela chegou".

Além de Rebecca e Anitta, o Rock in Rio 2022 também recebeu Kevin O Chris, que participou do show de David Carreira, e a Funk Orquestra.