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Golpistas roubam redes de influenciadora e negociam programas e iPhones

Brunna Ruvira, de 21 anos, está há uma semana tentando recuperar suas redes após ter linha telefônica roubada - Reprodução/Redes Sociais
Brunna Ruvira, de 21 anos, está há uma semana tentando recuperar suas redes após ter linha telefônica roubada Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

11/11/2021 20h38Atualizada em 12/11/2021 17h02

A influenciadora digital Brunna Ruvira, de 21 anos, denuncia que teve os perfis no Instagram e no WhatsApp roubados por golpistas, que agora vendem Iphones e ofertam serviços sexuais, como se ela fosse garota de programa, cobrando pagamento adiantado por Pix.

O golpe, que tem o nome de "Sim Swap", começou depois que o número de telefone da influenciadora foi transferido para um novo dono sem que ela fosse notificada. Brunna conta que a troca de titular depende da apresentação de documentos na operadora, o que a leva a crer que os criminosos contaram com ajuda interna.

"Alguém, que estava de olho nas minhas redes sociais para hackear, pegou meu número de telefone de algum jeito, alguém de dentro da operadora Claro, transferiu meu número para o nome de outra pessoa, e aí, no caso, os criminosos que tiveram acesso ao meu número invadiram meu WhatsApp e minhas contas como Instagram, que tinha autentificação de dois fatores via SMS", detalha Brunna em conversa com o UOL.

A influenciadora conta que os golpistas conseguiram acesso até mesmo aos seus e-mails, já que todas as suas contas virtuais contavam com a proteção extra, em que o acesso não pode ser feito apenas pela senha, mas com a combinação entre ela e uma mensagem enviada exclusivamente para o celular do usuário, com uma série inédita de números.

"Na hora em que aconteceu, no dia 4 de novembro por volta das 20h, meu celular ficou com o 'sem serviço' e o WhatsApp se desconectou", diz a jovem. "Liguei desesperada para a Claro pelo celular da minha mãe".

Apesar dos apelos feitos por Brunna na assistência, os atendentes afirmaram que a migração era feita pessoalmente em uma loja da operadora e com a apresentação de documentos.

Já quando o assunto é o suporte das redes sociais, ela ainda aguarda avaliação do caso, uma semana depois de ter a conta roubada. Até o final da tarde de hoje, o perfil de Brunna no Instagram continua no ar, trancado e com 55,5 mil seguidores.

"Já pedi pra todo mundo que conheço denunciar para ver se derrubavam a conta, mas não adianta. Estão 'vendendo' produtos inexistentes como iPhones e até mesmo dizendo que eu faço programa, que tem que pagar por Pix e adiantado", completa a jovem, que diz estar vivendo um "pesadelo".

Brunna já abriu um Boletim de Ocorrência e chegou a ir pessoalmente em uma loja da operadora Claro no litoral de São Paulo, onde mora, mas diz que, apesar de os funcionários terem ficado "horrorizados", se mobilizando para ajudá-la a cancelar seu número, a iniciativa não deu certo, já que todos os seus dados foram alterados.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso é investigado pelo 1º DP de São Vicente e que a polícia "realiza pesquisas em banco de dados e demais diligências em busca de elementos que auxiliem na identificação do autor".

O UOL entrou em contato com a operadora Claro para pedir um posicionamento sobre as alegações da influenciadora. Assim que houver retorno, este espaço será atualizado.