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'Lupin': 'Discussões sociais fazem parte do DNA de série', diz Omar Sy

Omar Sy, que interpreta o personagem Assane na série "Lupin"
Omar Sy, que interpreta o personagem Assane na série "Lupin"
Divulgação/Netflix

De Splash, em São Paulo

11/06/2021 04h00

Estreou hoje (11) na Netflix a segunda parte de "Lupin", série francesa que é fenômeno de audiência e já foi assistida mais de 70 milhões de vezes em todo o mundo.

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A série conta a história de Assane Diop (Omar Sy), que tenta descobrir o culpado pela morte de seu pai, Babakar, preso injustamente pelo roubo de um colar valioso e que se suicidou na prisão.

Splash conversou com Omar, Ludivine Sagnier, que interpreta a personagem Claire, mãe de Raoul, filho do casal, e George Kay, diretor da segunda parte da série.

Um dos destaques desta segunda parte são as discussões sociais, em especial o racismo, presente de diversas formas nos cinco episódios. Em uma das cenas, um vendedor se nega a alugar um instrumento musical para Assane, que o acusa de racista.

Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Imagem: Divulgação/Netflix

Omar e George afirmam que, por se tratar de uma série francesa, não haveria como escapar deste tema. Segundo eles, o debate é ajuda a contar uma "história maior" e "Lupin" consegue tratar de temas delicados sem ser entediante.

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Entre os séculos 17 e 19, a França colonizou e invadiu diversos países africanos, como Argélia, Costa do Marfim e Senegal, país de ascendência do personagem Assane.

Dados da ONU publicados em 2015 informam que, naquele ano, a França já contava com 7,7 milhões de imigrantes, 12% da sua população.

Abordamos os temas de um jeito bom. A primeira coisa que queremos é entreter. George foi muito esperto no uso dessas discussões sociais, pois elas fazem parte do DNA da série.
Omar Sy
Não é nossa prioridade [o debate social]. Ninguém quer ligar a TV e assistir uma mensagem política durante 10 horas. Isso é algo que flutua no decorrer da história.
George Kay, diretor

Os dois também foram questionados sobre representatividade, pois não há nenhuma mulher negra entre as personagens da série.

Como já é sabido que teremos uma parte 3, George afirmou que o futuro pode reservar, sim, uma personagem negra. Já Omar, que também trabalhou na produção da obra, defendeu que a série é muito diversa e quebra paradigmas — para os padrões franceses.

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Estamos muito orgulhosos do que fizemos. Fico muito surpreso como o mundo funciona. Temos um elenco diverso, mas tentam encontrar o que não temos. Não queremos pegar pessoas aleatoriamente e colocar no elenco, temos uma história para seguir.

Omar Sy

Clima de amizade no set

As gravações de "Lupin" precisaram ser interrompidas por conta da pandemia do novo coronavírus. Após o afrouxamento do lockdown na França, os atores voltaram para o set, mas o clima não era o mesmo de antes.

Tinha um pessoal novo no set que me cumprimentava, mas eu não sabia como era o rosto da pessoa. Era diferente. Fora que voltei com uns quilos a mais por conta da quarentena.
Omar Sy

A única coisa que não mudou foi a relação de Omar e Ludivine. Eles são amigos há quase 15 anos, mas "Lupin" é apenas o seu primeiro trabalho juntos. Quando perguntada por Splash sobre como era a parceria dos dois durante as gravações, ela respondeu em bom português:

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"Muito legal".

Divulgação / Netflix - Divulgação / Netflix
Imagem: Divulgação / Netflix

Infelizmente o tempo estava apertado e não conseguimos questioná-la sobre sua relação com a nossa língua e com o nosso país, mas ainda deu para ouvir a atriz dizer — em inglês — que era difícil se concentrar nas gravações com as piadas constantes de Omar.

Eu era uma criança quando nos conhecemos [uma brincadeira, obviamente, já que ela tem 41 anos e ele 43]. Até brincamos que era estranho nunca termos trabalhado juntos. A relação dos nossos personagens é muito boa, porque não somos um casal, mas temos uma grande cumplicidade.