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Contamos a história de artistas que foram famosos e estão afastados do mundo do entretenimento, investindo em uma outra carreira, ou vivendo em outro país.


Vocal do Luxúria, Meg Stock se tornou evangélica e não quis voltar à banda

A banda Luxúria nos anos 2000: Meg Stock era uma das musas do rock alternativo
A banda Luxúria nos anos 2000: Meg Stock era uma das musas do rock alternativo
Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

23/03/2021 04h00Atualizada em 23/03/2021 18h16

Se você foi jovem nos anos 2000, deve se lembrar da Luxúria e de sua vocalista Meg Stock. A banda emplacou três músicas na trilha sonora de "Malhação" e foi um dos nomes quentes da então popular cena de rock nacional. Hoje, o grupo até ensaia uma volta, mas sem a cantora, que se tornou evangélica.

Um dos grandes hits do grupo foi a balada "Lama", cujo clipe mostrava tatuagens animadas no corpo nu da cantora. Muito adolescente suspirou com as cenas, e Meg —nome artístico de Marjori Freitas— se tornou uma espécie de musa alternativa na época.

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Nova vida

A conversão da cantora e do marido, o ortopedista Marthos Magno, aconteceu há três anos. Eles frequentam a igreja evangélica Polima de São José dos Campos, onde vivem.

Além de cantar músicas de louvor em cultos, Meg é uma "discipuladora": acompanha pessoas no caminho da fé.

Me converti em 2017. Os pais do Marthos são pastores, e eu já vinha construindo minha fé há um tempo. Não foi algo do nada.
Meg Stock, em conversa com o UOL

Hoje, Meg costuma compartilhar, nas redes, fotos da família —ela e Marthos têm dois filhos, e ela tem mais um filho, fruto de um relacionamento anterior. Também publica canções autorais de louvor, cantadas em casa, ao violão.

Ela também mostra com frequência cultos da igreja, em que solta a voz:

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Antes de me converter, tive um sonho com Jesus. Ele estava no topo de uma árvore. Me sentei ao seu lado (...) ele me mostrou a árvore de longe: era seca e começou a florescer.
Meg Stock, sobre uma "visão" quando se tornou evangélica

A mudança na vida da ex-musa underground é visível na temática das letras que ela escreve.

Enquanto no Luxúria ela cantava sobre raiva, decepções amorosas e rejeição...

Esse meu ódio é / o veneno que eu tomo querendo que o outro morra.
Letra de "Ódio", da Luxúria

... hoje, ela escreve letras sobre a mudança em sua vida depois da conversão.

As coisas que ficaram para trás, não preciso mais / (...) Quando minha vida era escuridão / Teu gosto doce me constrangeu.
Letra de "Tão Doce", nova música de louvor da cantora
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Meg diz, em posts nas redes, que teve a juventude "roubada pelas drogas, por relacionamentos abusivos, depressão e compulsões". Hoje, na igreja, crê que é uma pessoa renovada.

Toda a transformação que Jesus me trouxe agora serve aos [jovens] que vivem uma história completamente diferente da minha.
Meg, sobre cantar para jovens de sua igreja

Meg conta, bem humorada, que tem trabalhado em dobro com os filhos em casa, na função de "mãe, motorista, professora, educadora...".

Ela afirma que gosta de assistir a filmes com a família e cozinhar (sua grande paixão). Em tempos sem pandemia, ama ir à praia com o marido e as crianças.

Convite recusado

Quando, no fim do ano passado, seus ex-companheiros de banda propuseram uma volta do Luxúria, ela deu sua bênção ao projeto, mas preferiu não participar.

A Luxúria reuniu integrantes de suas primeiras formações para lançar o single "Claustrofóbico", em plena pandemia.

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Felipe Scavone, guitarrista, ainda mantém contato esporádico com Meg.

Ela achou superlegal a gente compor de novo, mas como está em um momento diferente, optou por não participar. Ela deu a bênção, mas nosso repertório não tem mais a ver com ela.
Felipe Scavone, guitarrista do Luxúria

Meg corrobora a declaração do amigo.

Eu não acho que seja errado fazer música fora da igreja, mas não tenho mais afinidade com as letras. Meu estilo de vida é outro. Tenho muito amor por eles [ex-colegas de grupo].
Meg Stock, sobre o motivo pelo qual não voltou ao Luxúria

A primeira formação do Luxúria acabou em 2009, pelo fato de Meg querer seguir carreira solo.

Arte da capa de "Luxúria", o primeiro e único disco da banda - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Arte da capa de "Luxúria", o primeiro e único disco da banda
Imagem: Reprodução/Instagram
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Beto Richieri, o outro guitarrista da trupe, diz que a banda se divertia muito junto e não se lembra de atritos entre eles.

Da época, se recorda, ainda, de ter se surpreendido quando o sucesso chegou de forma repentina em 2006.

A gente lançou um single, 'Ódio', antes do disco [em 2007]. A música subiu muito rápido nas paradas antes mesmo de o álbum ficar pronto, e sentimos na hora que íamos estourar.
Beto Richieri, guitarrista do Luxúria

Com isso, o Luxúria foi indicado ao prêmio Multishow de banda revelação do ano de 2006, emplacou três músicas, "Ódio", "Lama" e "Imperecível" na trilha da novela teen "Malhação" e abriu três shows do Evanescence no Brasil.

Luxúria, na formação que gravou o single "Claustrofóbico": Luciano Dragão, Beto Richieri, Tuia e Felipe Scavone  - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Luxúria, sem Meg, na formação de 2020
Imagem: Reprodução/Instagram

E o jogo segue...

Sem perspectiva de ter Meg de volta aos vocais, o novo Luxúria escalou a cantora Thays Vega como cantora titular, e eles já gravaram vídeos —ainda inéditos— de cinco músicas, em versão acústica. Eles têm planos de voltar a compor e tocar depois da pandemia.