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Ao celebrar nova geração, Ludmilla prova que está entre as maiores do país

Colunista do UOL

12/09/2022 14h33

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Demorou muito para que o funk fosse reconhecido no Rock In Rio, mas uma vez que isso tenha ocorrido, percebe-se que este é um caminho sem volta. O Show de Ludmilla no festival, avaliado em R$ 2 milhões, mostra que o investimento valeu cada centavo. Não há dúvidas que ela é, hoje, uma das maiores cantoras do país. Depois de estourar com hits como "Hoje", "Verdinha" e tantos outros, Lud fez do projeto Numanice um dos mais bem sucedidos dos últimos tempos, sempre esgotado - e imperdível.

No palco do Rock In Rio, levou funk e pagode, mas foi além: deu espaço a nomes como Tasha & Tracie e MC Soffia, jovens promessas do rap, que despontam no mercado fonográfico, mas ainda carecem de oportunidades. Sentadas à mesa com a anfitriã e Tati Quebra-Barraco, as artistas tiveram a chance negada a Ludmilla na época que ainda usava a alcunha de MC Beyoncé: ganharam uma plataforma gigantesca para mostrar seus talentos. Ao colocar todas no palco, Lud reconhecimento quem lhe pavimentou caminhos, como Tati, mas abre uma estrada de oportunidades a uma nova geração importantíssima.

Mais madura, Ludmilla tem se mostrado uma artista consciente e consistente. Questões relacionadas a negritude e amor LGBT entraram em sua pauta de maneira bem-sucedida, relevante e naturalizada. Sua música, pop em essência, passou a apostar também em ritmos populares, mas muitas vezes esnobados. Não é exagero afirmar que o pagode voltou ao mapa em boa parte por sua causa. Numanice é um clássico.

A impressão que dá é que este é apenas o começo para uma artista com tantos sucessos na bagagem. E, ao abrir caminhos para uma nova geração inteira, Lud mostra que não andará sozinha, estará sempre em boa companhia. Impossível não celebrar sua generosidade e não ficar genuinamente curioso por seus próximos passos.