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Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

BBB 22: Jade é rosto do fracasso do Lollipop; Arthur é Capitu 'brasileiro'

Jade Picon (Foto/ Reprodução Gallery BBB) - Reprodução / Internet
Jade Picon (Foto/ Reprodução Gallery BBB) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

03/03/2022 11h31

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Toda semana a Coluna Chico Barney oferece aos seus leitores um olhar apurado a respeito de tudo o que está acontecendo no BBB 22. Trata-se da Cotação dos Brothers (*), analisando a flutuação nos ímpetos de cada participante.

Após a eloquente eliminação de Larissa e a revoltante festinha do PA, veja como estão as coisas na casa mais vigiada de Curicica.

> EM ALTA

Lina: Voltou do paredão muito forte na percepção da casa. Deixou de ser alvo de votos e passou a ser uma aliança desejada por todos, do quarto Lollipop ao não-grupo de Arthur. Provavelmente continuará sentindo o clima da conveniência de cada semana. Além disso, gosto muito da sensibilidade com que trata os outros —até o Vyni, que mesmo sem falar quase nada é um livro aberto para ela.

Arthur: Os olhos de ressaca não permitem decifrar suas emoções, mas é cada vez mais nítida a empolgação do Capitu brasileiro com o encaminhamento do jogo. A leitura que Arthur faz do programa é ótima, embora continue incomodando a falta de outros assuntos além das votações. De qualquer forma, já é muito mais do que a maioria dos seus não-aliados têm para oferecer.

Jessi: A participante mais radical da temporada, e digo isso no melhor sentido. O comprometimento é consigo mesma, sem forçar laços com ninguém. Foi a estratégia vencedora do ano passado. Falta um clique para convencer o público, e ela vai forçando os limites internamente até encontrar esse gancho —ou cair no paredão e ser eliminada. Mas estou adorando.

Natália: É quem melhor equilibra as questões do jogo com boas histórias. Infelizmente está envolvida com o péssimo Eliezer, carecendo de novas e palpitantes aventuras. De qualquer forma, a eloquência de suas manifestações em todos os debates segue encantadora.

Gustavo: Mesmo apagado, é sempre um bom evento quando resolve sair do recuo de bateria. Muito divertida a tentativa de organizar a triagem para o atendimento psicológico, obviamente privilegiando a mulher amada. Ele não tinha razão, é óbvio, mas é justamente esse tipo de babaquice que faz falta no BBB 22.

Eslovênia: A treta da fila para a psicóloga foi tão boa que até a Eslovênia, de passagem tão melancólica até aqui, teve espaço para brilhar. É no conflito que a gente se diverte e os participantes ganham motivos para continuar existindo no imaginário popular. Adorei que Eslovênia argumentou, brigou e falou mal do Gustavo pelas costas. Como dizem os jovens, é sobre isso.

> EM BANHO-MARIA

Scooby: O sarrafo nessa temporada está baixíssimo, então o surfista subiu no meu conceito simplesmente por parar de atravancar o jogo. É contraditório, tira a paciência de qualquer um com o papo de good vibes mas pelo menos começa a demonstrar que possui novos alvos e pretende se unir aos colegas para ir adiante. Além disso, a edição lembrou no VT de terça-feira da linda música que meu herói Arlindo Cruz compôs em sua homenagem. Se o Arlindo gosta desse cara, acho que precisamos todos gostar um pouco também.

Lucas: Segue com uma estratégia boa, mas modorrenta, de passar por debaixo do radar. Atraiu para si uma atenção desnecessária ao ser colocado como prioridade de Arthur, o mais detestado da casa, mas continua tendo um bom relacionamento com todo mundo. Um problemão para nós, que tanto apreciamos as intrigas e os conchavos.

Douglas: É um jogador paciente, que tenta agir com parcimônia e tranquilidade. Confronta os adversários de maneira sutil, para entender o cenário e reagir apropriadamente. Bom para ele, mas nem tanto para a audiência cativa que segue em busca de entretenimento fácil.

> EM QUEDA

Jade: Seu formidável espírito de liderança fez com que se tornasse o rosto e a voz monocórdia do fracasso do quarto Lollipop. A Poderosa Chefinha é a grande responsável pelas parcas rivalidades e conflitos desta temporada, mas infelizmente viu seus planos naufragarem ao não conseguir se conectar com os anseios do público. Agora quer fugir do paredão, mas antes deveria tentar escapar da história que criou para si lá dentro.

Laís: Tem muito a dizer e parece ansiosa para se envolver em grandes desinteligências em Curicica, mas por algum motivo não consegue dar vazão a esse sentimento. É o maior potencial desperdiçado da temporada até aqui. Queria muito vê-la dando a volta por cima —não no sentido de ter razão, mas no de proporcionar o entretenimento que merecemos.

Vyni: "A palavra é prata, o silêncio é ouro". O menino dourado do BBB 22 chegou num ponto quase sem volta de anulação. As coisas mais absurdas podem acontecer ao redor dele, ou até com ele, e tudo o que faz é não se expressar. Sinto que está sofrendo, mas sofrer calado é a pior coisa que pode acontecer em um reality show. Se verbalizasse metade das coisas que está sentindo, talvez conseguisse atrair de volta aquela simpatia que inundou suas redes sociais antes do programa começar.

> EM DESGRAÇA

Eliezer: Gosta de viver a vida em alta octanagem, mas ninguém está muito disposto a acompanhar o ritmo. Até porque vai com tanta sede ao pote que acaba se tornando um tanto quanto repulsivo. Neste momento do jogo, parece arrependido de todas as alianças que construiu até aqui —e se sente refém e por pura covardia não rompe com Vyni, Natália e quarto Lollipop. De todos do elenco, é quem tem mais potencial para uma temporada em Ilhabela na conta da MTV.

PA: É um dos participantes mais carismáticos e está ocupando um espaço cada vez mais simpático no programa. Mas fica aqui minha nota de repúdio por ter investido suas estalecas em instrumentos musicais para a festa do líder e arruinado a vida do telespectador com algumas das piores versões de Charlie Brown Jr que já ouvi.

***

E essas foram minhas humildes opiniões. Se você não gostou, semana que vem tem outras.

(*) A Cotação dos Brothers não possui caráter científico ou influência sobre o resultado do programa da TV Globo.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.