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Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

A Fazenda: Rico merece ganhar pela coragem de se tornar protagonista

Rico Melquiades em A Fazenda 13 (Reprodução/PlayPlus) - Reprodução / Internet
Rico Melquiades em A Fazenda 13 (Reprodução/PlayPlus) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

16/12/2021 10h36

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Como não poderia deixar de ser, Rico Melquiades recebe inúmeras críticas por conta de seu comportamento em A Fazenda. Só que deve vencer a atual temporada não pelos erros, mas por tudo o que acertou em cheio.

O chamado 'cancelamento', um conceito cada vez mais elástico que pode significar críticas pontuais do público por conta de erros ou intensas campanhas visando a desmonetização, é o verdadeiro terror para quem trabalha com a própria imagem.

Em um momento no qual todo mundo virou um pouco Uber de si mesmo, tentando emplacar de maneira empreendedora os próprios projetos sem a possibilidade de vínculos formais a empresas, a moral com a audiência é um bem inestimável.

Com isso, os reality shows passaram a sofrer com a frieza do cálculo de seus participantes: as celebridades e postulantes à fama querem se aproveitar dos holofotes sem oferecer muita coisa em troca.

Defendo há anos que as pessoas que topam participar desses formatos precisam entender que são profissionais do entretenimento. Não estão no horário nobre da TV aberta apenas para satisfazer seus próprios interesses, mas para divertir uma audiência sedenta por intrigas, conchavos e fofocas.

Nesse sentido, ilustres figuras como Rico se destacam pela coragem. Entre erros e acertos, não se escondeu atrás do regulamento, nem usou a emissora como uma clínica de reabilitação de imagem. O tempo todo esteve consciente de seu papel nessa indústria vital.

Premiá-lo nesta noite é premiar um estilo que precisa ser exaltado para garantir a alegria dos próximos anos, tanto em A Fazenda quanto no BBB. Não pela agressividade ou o moralismo vazio que deixou escapulir diversas vezes, mas pela disposição em mobilizar o jogo e entregar aquilo que o povo gosta.

Essa edição dependeu muito da iniciativa de Rico, em meio a uma infinidade de subcelebridades mais interessadas em reforçar seus engajamentos nas redes sociais e atingirem novos públicos. Quase todos fracassaram, justamente pela tentativa de se esconder em rede nacional.

Vale notar também que Solange e Dayane também fizeram a engrenagem rodar, mas ultrapassaram os limites do bom senso de maneira mais frequente que o recomendado. É uma linha tênue, arriscada, que demanda muita sensibilidade e alguma sorte.

A possível vitória de Rico é importante justamente por ir na contramão da história. Enquanto muitos tentam vencer na segurança da parcimônia, ele apontou que ainda existe espaço no topo para o excesso.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.