A semana de arte moderna em exposição dentro e fora dos museus

Há exatamente 100 anos, encerrava-se a Semana de Arte Moderna de 22 no Teatro Municipal de São Paulo. No ano de seu centenário, a cidade apresenta boas opções para quem quer conhecer os principais nomes que participaram do evento e os artistas que foram e seguem sendo influenciados pelo movimento. Separamos aqui três boas opções culturais com ligações com arte urbana para você conferir o legado da semana que mudou o cenário da arte brasileira.

Identidades - 22&22&22

O Farol Santander preparou uma exposição com abertura na próxima terça, 22, com obras de nomes que participaram do evento há 100 anos, como Victor Brecheret e Emiliano Di Cavalcanti. Ambos artistas possuem obras icônicas nas ruas de São Paulo, como o Monumento às Bandeiras de Brecheret e o painel de Di Cavalcanti na esquina das ruas Major Quedinho e Martins Fontes. A exposição Identidades - 22&22&22 ainda traz para o prédio o trabalho Tiradentes, de Candido Portinari. Uma das mais importantes obras de Candido Portinari, ela foi retirado do Colégio Cataguases, em Cataguases (MG), e vendida ao Governo do Estado de São Paulo na década de 1970. Em 1989, o painel passou a fazer parte do acervo do Memorial da América Latina, na capital paulista, sendo inserida dentro do Salão de Atos.

Modernismo: destaques do acervo

A Pinacoteca é um ótimo lugar para ver obras dos modernistas. O acervo reunido resultou em uma exposição de 134 obras de artistas ligados ao movimento, incluindo Amigos, de Di Cavalcanti, que estava exposta no Teatro Municipal em 1922. Como falamos aqui de arte fora do museu, basta passar pelo portão lateral da Pinacoteca e entrar no Parque da Luz e ver a obra A Carregadora de Perfume, de Brecheret, peça feita em bronze e apresentada pela primeira vez no Salão de Outono, em Paris, na França, dois anos após o evento de São Paulo.

Semana de Arte Mundana

Fazendo a ponte com a arte urbana atual, a galeria Kogan Amaro preparou uma exposição com obras do incrível artivista Mundano. É exatamente assim que ele se define, e ao conhecer seu trabalho de arte e ativismo fica claro o motivo. Mundano engloba resíduos de crimes ambientais em suas obras como forma de provocar reflexões sobre questões socioambientais e a função da arte. Um ótimo exemplo disso pode ser conferido no mural O Brigadista da Floresta, no centro de São Paulo. A releitura de O Lavrador de Café, de Candido Portinari, foi feita com cinzas de incêndios florestais e queimadas recolhidas no ano passado.

Serviço:

Você pode encontrar as obras dos artistas citados aqui nas ruas de São Paulo. Para saber onde estão, visite o Arte Fora do Museu.

Identidades - 22&22&22
De terça a domingo, das 9h às 20h
Grátis
R. João Brícola, 24 - Centro

Modernismo: destaques do acervo
De quarta a segunda, das 10h às 18h
R$22 (inteira), R$11 (meia-entrada) e grátis (aos sábados)
Praça da Luz - Luz

Semana de Arte Mundana
Segunda à sexta, das 11h às 19h; aos sábados, das 11h às 15h
Grátis
Alameda Franca, 1.054, Jardim Paulista

Mapa com a localização de algumas obras de Di Cavalcanti