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França passa a exigir passaporte sanitário para acesso a shoppings do país

A tradicional loja da Galeries Lafayette Haussmann, no bairro da Ópera de Paris - Getty Images
A tradicional loja da Galeries Lafayette Haussmann, no bairro da Ópera de Paris Imagem: Getty Images

da RFI

17/08/2021 16h50

Depois de restringir o acesso a restaurantes, bares e trens, a França passou a exigir nesta segunda-feira (16) o passaporte sanitário para autorizar a entrada em mais de 120 shoppings do país. Esse é mais um passo na estratégia do país para controlar a disseminação do coronavírus e estimular a imunização da população.

A partir de agora, quem quiser entrar em um centro comercial com mais de 20 mil m² em uma zona com alta incidência de covid-19 — mais de 200 casos por 100 mil habitantes em sete dias — terá de apresentar o certificado que prova as duas doses da vacina anticovid, um teste negativo para a doença de menos de 72 horas ou a contaminação nos últimos seis meses.

Neste momento de aumento de casos de covid, devido à variante Delta, a medida está em vigor em toda a região de Paris e boa parte do sul da França. Além de shoppings, grandes centros comerciais de móveis e mesmo hipermercados passaram a controlar o acesso nesta segunda.

O objetivo do governo é ampliar a taxa de vacinação no país, já que apesar da campanha de vacinação contra a covid-19 estar aberta a todos os maiores de 12 anos, até o momento, apenas 52,2% dos franceses estão completamente imunizados.

Liberdade para uns, constrangimento para outros

Cada vez mais habituados a mostrar o passaporte sanitário, em papel ou dentro de um aplicativo no celular, muitos franceses consideram que a regra ajuda no controle da pandemia que paralisou a vida por tantos meses.

"Não me incomoda nada, sou a favor do passaporte sanitário (...) para que possamos gradualmente recuperar nossas liberdades", disse Aline Loreille, uma dona de restaurante de 55 anos que saia de um centro comercial em Paris.

Em diversos centros comerciais, para evitar a perda de clientes não vacinados, foram montados stands para a testagem rápida na entrada.

"Eu não vou fazer testes toda vez que quiser ir ao shopping. Que pena para eles, eles vão perder clientes", diz Rachida Mansouri, 49 anos, uma dona de casa que desistiu de ir às compras na periferia de Paris. No mesmo centro, outros clientes resignados vão até o centro realizar o teste de cotonete.

Por enquanto, o sistema público de saúde francês paga todos os testes de covid feitos no território, mesmo aqueles feitos apenas para garantir a entrada no shopping ou no cinema. No entanto, o governo já afirmou que a partir de outubro os testes que não tiverem prescrição médicas não serão cobertos pela saúde pública, dificultando ainda mais a vida de quem não quer tomar a vacina anticovid.

A resistência à imunização obrigatória é grande na França. Nos últimos cinco sábados, milhares de pessoas foram as ruas de centenas de cidades para protestar contra a exigência do passaporte sanitário no país.

(Com informações da AFP)