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A corrida maluca dos franceses por testes de covid para poder viajar para fora no verão

Bióloga coleta amostra nasal de uma criança no estacionamento do hospital de Laval, no oeste da França, para teste de covid-19 - Jean-François Monier/AFP
Bióloga coleta amostra nasal de uma criança no estacionamento do hospital de Laval, no oeste da França, para teste de covid-19 Imagem: Jean-François Monier/AFP

21/07/2020 16h48

Pelo menos duas semanas antes, é com esta antecipação que os habitantes de Paris que desejam realizar um teste de triagem para covid-19, o chamado 'teste de PCR', devem se programar. Em alguns laboratórios, a espera é de até vários meses.

"Há claramente um aumento em nossa atividade de entre 30% a 50%", disse à RFI Nicolas Blondel, biólogo médico e diretor de um laboratório em Paris. "É muito difícil e nossas equipes estão esgotadas porque estão sendo solicitadas cada vez mais e mais exames", acrescenta.

Segundo dados da Public Health France, a agência de saúde francesa, o número de testes de triagem passou de 333.000 para 377.000 em todo o país em apenas uma semana. O resultado do teste é obrigatório para conseguir cruzar a fronteira e aproveitar belas praias e montanhas em outros países.

Alguns países exigem que os viajantes tenham um teste de PCR negativo de menos de 72 horas. É o caso, por exemplo, da Grécia, um destino que muitos turistas franceses escolheram após meses de confinamento. Isso saturou numerosos laboratórios médicos.

"Eles dizem que existem muitos testes disponíveis"

Emmanuelle, uma francesa de 50 anos, afirma ter seguido as recomendações de seu médico à risca. Mas, ao solicitar uma consulta urgente em laboratório, as coisas começaram a ficar complicadas.

"Na televisão, eles dizem que existem muitos testes disponíveis para todos que querem fazer o exame. Mas quando liguei para 15 laboratórios em Paris, ninguém poderia me marcar antes de agosto. Eu tive sorte porque alguém teve que cancelar no último minuto e ligaram para mim", diz.

Em 14 de julho, o presidente francês Emmanuel Macron declarou que o país tinha capacidade para realizar até 700.000 testes por semana.

Sobre isso, o presidente do sindicato dos biólogos, François Blanchecotte, respondeu no jornal Le Parisien: "esquece-se que há um tempo mínimo para cada teste ao qual se acrescenta o tempo para desinfetar a sala de exames, com a presença da maioria dos funcionários do laboratório ".