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Ricos buscam comprar acesso a portos seguros como a Nova Zelândia

País registrou aumento de 22% de pessoas que querem dar andamento a pedidos de cidadania ou residência na Nova Zelândia. Preço para "vida nova" pode custar US$ 2 milhões - Getty Images/iStockphoto
País registrou aumento de 22% de pessoas que querem dar andamento a pedidos de cidadania ou residência na Nova Zelândia. Preço para "vida nova" pode custar US$ 2 milhões
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Berber Jin

20/07/2020 15h23

Na próxima vez que os ricos forem obrigados a ficar em casa, gostariam de ter um plano de fuga pronto para uma praia remota e ensolarada. Ou talvez para a Nova Zelândia, um dos poucos países que conseguiram eliminar a Covid-19.

E estão dispostos a pagar pelo privilégio, claro.

Os abastados podem recorrer a programas que garantam cidadania ou residência em troca de investimento no país anfitrião, usando empresas especializadas como a Henley & Partners, a maior consultoria em cidadania e residência do mundo. Com a ameaça persistente de infecções virais e quarentenas repentinas, a empresa ajuda pessoas com bolsos cheios a comprarem acesso a um porto seguro.

Por exemplo, é possível adquirir o direito de morar, trabalhar e estudar na Nova Zelândia por 3 milhões de dólares neozelandeses (US$ 2 milhões) ou 10 milhões de dólares neozelandeses, dependendo do tipo de visto de residente do investidor escolhido. Cerca de 1,2 milhão de euros (US$ 1,4 milhão), incluindo a compra de um imóvel, garantem a cidadania para um casal em Malta.

"Agora estão pensando: vamos realmente implementar o plano de contingência", disse Dominic Volek, chefe de vendas da Henley, sobre seus possíveis clientes. "É por isso que vimos um pico agora, não apenas das consultas, mas também de famílias que se inscreveram e disseram: 'Vamos começar o processo'."

Novas consultas deram um salto de 49% nos primeiros quatro meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com a empresa. Houve aumento de 22% dos que desejam dar andamento a pedidos de cidadania ou residência.

Os ricos não estão interessados apenas nas ilhas do Caribe, onde podem se isolar nas praias. Também estão de olho na Austrália e Nova Zelândia, países que impressionaram no combate à Covid-19.

Nadine Goldfoot, sócia-gerente do escritório de advocacia Fragomen, disse que a pandemia levou pessoas ricas à ação. "O que se tornou e continuará sendo muito importante agora no processo de seleção das pessoas é como o país se saiu durante a pandemia e qual foi a abordagem do governo", disse.