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Homem é preso acusado de instalar câmera em banheiro de cruzeiro; entenda

O navio Harmony of the Seas comporta 5.494 hóspedes e 2.175 tripulantes que podem ter tido sua privacidade comprometida pela instalação da câmera clandestina - Divulgação/Royal Caribbean
O navio Harmony of the Seas comporta 5.494 hóspedes e 2.175 tripulantes que podem ter tido sua privacidade comprometida pela instalação da câmera clandestina
Imagem: Divulgação/Royal Caribbean

De Nossa

09/05/2023 14h24

Um homem, identificado como Jeremy Froias, foi preso após instalar uma câmera em um banheiro do navio Harmony of the Seas, da Royal Caribbean, para gravar imagens íntimas dos passageiros.

O cruzeiro partiu de Miami, na Flórida, na última semana de abril para uma viagem de sete dias. De acordo com a CNN americana, a câmera escondida foi ligada ao Wi-Fi da embarcação no deque superior, entre um simulador de surfe e um bar, enquanto o navio cruzava águas internacionais.

A Divisão de San Juan do FBI (Federal Bureau of Investigation, a polícia federal americana), que conduz o caso, procura as potenciais vítimas do criminoso, que foi acusado de voyeurismo em vídeo e tentativa de posse de material pornográfico de abuso de menor.

O crime foi descoberto dias depois da instalação da câmera, quando um passageiro notou a presença do equipamento e denunciou sua existência à equipe de tripulantes do Harmony of the Seas. A segurança revistou o banheiro, encontrou e retirou a câmera. De acordo com documentos oficiais obtidos pela CNN, o cartão de memória da câmera possuía diversas horas de gravações.

Até 2018, o Harmony of the Seas era o maior navio de cruzeiro do mundo com 23 atrações aquáticas (como piscinas, toboáguas, simuladores de surfe e hidromassagens), além de 21 bares e restaurantes - Divulgação/Royal Caribbean - Divulgação/Royal Caribbean
Até 2018, o Harmony of the Seas era o maior navio de cruzeiro do mundo com 23 atrações aquáticas (como piscinas, toboáguas, simuladores de surfe e hidromassagens), além de 21 bares e restaurantes
Imagem: Divulgação/Royal Caribbean

A culpa de Jeremy Froias foi comprovada porque ele aparece nas primeiras imagens realizadas pela câmera enquanto a escondia, primeiro ajustando o ângulo de foco no vaso sanitário. Em seguida, ele é visto conectando a câmera ao seu celular usando o Wi-Fi, antes de deixar o banheiro.

Os vídeos adicionais analisados pelos investigadores mostram mais de 150 vítimas, incluindo ao menos 40 menores de idade, entrando no banheiro para usar o toalete ou se trocar para colocar biquínis, maiôs, sungas ou calções de banho.

Segundo a queixa criminal, Jeremy Froias assumiu que colocou a câmera escondida no banheiro e disse à segurança do navio que ele sabia que o equipamento havia sido encontrado e retirado porque ele não conseguiu achá-lo quando voltou ao banheiro para checar em 1º de maio.

Uma das piscinas do navio Harmony of the Seas, onde foi instalada a câmera - Divulgação/Royal Caribbean - Divulgação/Royal Caribbean
Uma das piscinas do navio Harmony of the Seas, onde foi instalada a câmera
Imagem: Divulgação/Royal Caribbean

Em audiência nesta segunda (8), ele foi libertado sob custódia de sua esposa e ordenado a pagar US$ 25 mil (R$ 124,6 mil) de fiança. Ele não pode ter contatos não supervisionados com menores de idade, incluindo seus próprios filhos, não pode ter acesso à internet e deve entregar seu passaporte à Justiça.

Seu advogado disse à CNN que ele ainda não foi formalmente indiciado e se recusou a comentar detalhes do caso. Já a Royal Caribbean informou que, ao tomar conhecimento da câmera, imediatamente reportou o crime às autoridades locais e federais, que removeram Froias do navio "para mais investigações".

"Como este é um caso ativo, não podemos compartilhar outros detalhes neste momento", ainda salientou a companhia de cruzeiro.

Mais de 150 pessoas podem ter sido espionadas no deque superior do Harmony of the Seas - Divulgação/Royal Caribbean - Divulgação/Royal Caribbean
Mais de 150 pessoas podem ter sido espionadas no deque superior do Harmony of the Seas
Imagem: Divulgação/Royal Caribbean

O FBI disponibilizou um formulário online para que potenciais vítimas se apresentem ou quaisquer outros passageiros que tenham informações pertinentes ao caso façam suas denúncias, especialmente a fatos ocorridos entre os dias 30 de abril e 1º de maio. As identidades das vítimas serão mantidas confidenciais, ainda segundo as autoridades dos EUA.

Dúvidas podem ser tiradas através do e-mail harmonycruisevictims@fbi.gov.