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Bariloche fora do óbvio: o que fazer na cidade argentina durante o verão

Rafting na corredeiras dos rios que cruzam a Cordilheira dos Andes em Bariloche - Divulgação
Rafting na corredeiras dos rios que cruzam a Cordilheira dos Andes em Bariloche
Imagem: Divulgação

Eduardo Vessoni

Colaboração para Nossa

03/01/2022 04h00

Pode deixar os casacos pesados no armário. Na mais brasileira das cidades turísticas da Argentina, nem tudo é neve e estação de esqui.

Durante todo o ano, a Patagônia continua lá, mas o destino mais procurado da província de Río Negro, a cerca de duas horas de avião de Buenos Aires, muda de tons durante o verão e recebe turistas estrangeiros com atividades que a gente nem esperava ver aos pés dos Andes.

Eleita recentemente pelo World Travel Awards como o principal destino do turismo argentino, San Carlos de Bariloche tem rafting em águas de degelo, circuito sobre as copas das árvores para ver tudo lá de cima e, quem diria, até mergulho em águas cristalinas.

Trilhas de trekking percorrem a região que, no inverno, é tomada pela neve // Bariloche - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Trilhas de trekking percorrem a região que, no inverno, é tomada pela neve
Imagem: Emprotur/Divulgação

Com a reabertura recente para estrangeiros, no último dia 1º de outubro, o país vizinho deve voltar a ser uma das tendências entre brasileiros que já se sentem seguros em cruzar fronteiras internacionais — que o apelido "Brasiloche" não nos deixe mentir. Confira a seguir o que fazer na capital argentina do turismo de aventura.

Canopy

Canopy em Bariloche. A espécie de tirolesa que faz sucesso no verão também está disponível no inverno - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
O circuito de tirolesas tem 1.500 metros de extensão
Imagem: Emprotur/Divulgação

A atividade aérea sobre bosques centenários de faias com até 40 metros de altura acontece em Colonia Suiza, povoado aos pés do Cerro Lopez, e com vistas de atrativos naturais como o Lago Moreno e a Península San Pedro.

Considerado um dos mais longos da América do Sul, esse circuito de tirolesas tem 1.500 metros de extensão e pode ser feito a partir dos 4 anos de idade.

Após uma pequena trilha e um primeiro "voo" curto de adaptação, a experiência vai ganhando altura e extensão, conforme o praticante avança as plataformas.

NOSSA dica

Embora a atividade esteja disponível durante todo o ano, reforce a proteção com roupas bem abrigadas para atividades ao ar livre em ambientes frios, independente da estação.

Rafting

Rafting em Bariloche: de circuitos radicais a rios mais calmos para ir em família - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Rafting em Bariloche: de circuitos radicais a rios mais calmos para ir em família
Imagem: Emprotur/Divulgação

Em rios que nascem na Argentina e cruzam a Cordilheira dos Andes até o Pacífico, o rafting em Bariloche é para todo o perfil de turista, do familiar ao radical, em águas com corredeiras que podem chegar ao nível IV.

Com acesso pela icônica Ruta 40, a maior estrada da Argentina, o rio Manso fica na borda sul do Parque Nacional Nahuel Huapi e é um dos endereços para a prática de rafting. De origem glacial, suas águas mais tranquilas são ideais para famílias e para quem dispensa adrenalina, em um circuito de 17 quilômetros de rio.

Outra opção são as águas calmas do rio Limay, onde acontece o rafting mais próximo do centro da cidade, de níveis I e II. Gire a galeria abaixo e veja mais imagens.

De acordo com a duração, os passeioscostumam ser finalizados com mesas de defumados, queijos, vinho e churrasco patagônico.

NOSSA dica

Para quem procura corredeiras mais potentes, a sugestão é o "Río Manso a La Frontera", roteiro de 12 quilômetros de rafting de classes III e IV, com nove corredeiras e término a poucos metros da fronteira com o Chile.

Mergulho

Na região de Bariloche, há opções para iniciantes e mergulhadores experientes - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Na região de Bariloche, há opções para iniciantes e mergulhadores experientes
Imagem: Emprotur/Divulgação

Mergulho em águas claras da Patagônia também tem, só não espere temperaturas como as do lado de cá do continente.

Às margens do Nahuel Huapi, a 8 quilômetros do centro, Playa Bonita é uma praia de pedras, onde acontecem mergulhos para credenciados e batismos, atividade recreativa para quem não é certificado.

Para os mais experientes, são recomendados os mergulhos na Villa Tacul e no Arroyo La Angostura, onde a atividade vai do lago Moreno ao Nahuel Huapi, a uma profundidade de até 37 metros.

Mergulho em Bariloche: paisagens lindas dentro e fora da água - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Mergulho em Bariloche: paisagens lindas dentro e fora da água
Imagem: Emprotur/Divulgação

Um dos destaques é o bate e volta até o Lago Traful, no Parque Nacional Nahuel Huapi, onde acontece o cenográfico mergulho em um bosque submerso de ciprestes com mais de 20 metros de altura que foram parar ali após um terremoto, em 1960.

NOSSA dica

No verão, cuja melhor época para mergulho vai de novembro a abril, as águas variam entre 13 °C e 14 ºC. Por isso, use roupa de neoprene com espessura entre 5 e 7 milímetros.

Trilhas

Trekking em Bariloche - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Opções vão de caminhadas curtas em trilhas e expedições mais longas
Imagem: Emprotur/Divulgação

Com opções que vão de caminhadas curtas a longas travessias, Bariloche abriga uma das mais amplas redes de refúgios de montanha da América do Sul.

O Circuito Chico é a trilha mais conhecida por ali, um percurso que começa no centro da cidade e segue margeando o sul do lago Nahuel Huapi, com paradas no Cerro Campanario, no clássico hotel Llao Llao e em uma fábrica de rosa mosqueta.

Outro caminhada famosa do Circuito Chico é o Sendero Arrayanes, uma trilha de baixa dificuldade (3 quilômetros só de ida), passando pelos famosos arbustos de tom canela e manchas brancas que, diz a lenda, teriam inspirado Walt Disney na ambientação do desenho Bambi.

Trekking em Bariloche - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Ao todo, há cerca de 450 quilômetros de trilas mapeadas na região de Bariloche
Imagem: Emprotur/Divulgação

Para deslocamentos mais longos, o destino tem rotas que duram de dois a cinco dias, como o "Paso de las Nubes" (11 quilômetros), em meio a florestas valdivianas e com cruzamento de barco no lago Frías, e a exigente "4 Refugios" (46 quilômetros), que conecta albergues isolados no interior do parque nacional.

Pouco antes do início da pandemia, o destino lançou um site que mapeia mais de 60 trilhas e travessias, ao longo de 450 quilômetros.

NOSSA dica

A Patagônia é complexa e exige atenção na hora de caminhar por áreas selvagens. Faça trilhas sempre acompanhado de um guia de montanha cadastrado que conheça a região.

Circuito Cervejeiro

Na cidade, você pode provar cervejas locais de diversos tipos, como scotch, stout, barley wine e amber hop - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Na cidade, você pode provar cervejas locais de diversos tipos, como scotch, stout, barley wine e amber hop
Imagem: Emprotur/Divulgação

Seja qual for o grau de adrenalina escolhida, o dia sempre pede uma cerveja patagônica.

Bariloche conta com uma rota que passa por produtores artesanais dessa região onde foi descoberta uma levedura selvagem do fruto do fungo llao-llao e que deu origem à wild lager, a "mãe de todas as lager".

As opções de visita vão desde a Blest, primeira cervejaria artesanal de Bariloche, a gastropubs no centro da cidade, como a Manush, endereço de mestres cervejeiros pioneiros do destino.

Há locais para degustar as cervejas locais com as belas vistas de Bariloche - Emprotur/Divulgação - Emprotur/Divulgação
Há locais para degustar as cervejas locais com as belas vistas de Bariloche
Imagem: Emprotur/Divulgação

Na cidade, é possível provar diferentes estilos de cerveja, como Scotch, Stout, Barley Wine e Amber Hop.

Mais afastada do centro, a cervejaria Patagonia fica no km 24.7 da Ruta 77, no Circuito Chico, e recebe visitantes em um ambiente com amplos janelões e mirantes com vista para o Lago Moreno.

Para entrar na Argentina

De acordo com o governo argentino, estrangeiros não residentes devem apresentar comprovante de vacinação completa, com segunda dose tomada há pelo menos 14 dias, teste PCR negativo feito em até 72 horas antes da viagem e adquirir seguro de saúde com cobertura para covid-19.