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"Achamos que íamos morrer", relatam brasileiros após incêndio no Egito

Danniel Oliveira no Egito, por onde passaria um grande susto - Arquivo pessoal
Danniel Oliveira no Egito, por onde passaria um grande susto Imagem: Arquivo pessoal

Gisele Rodrigues

Colaboração para Nossa

07/06/2021 04h00

Os nômades digitais brasileiro Danniel Oliveira (@dannieloliveira), 35 anos, e Jessica Mouadeb (@_fuialiejavolto), 27 anos, passaram por um grande susto na noite da última terça (1) no hostel onde se hospedavam na cidade do Cairo, Egito. Por volta das 22:30 h (horário local) os quatro andares do prédio e outros apartamentos residenciais foram atingidos por um incêndio.

"Eu tinha acabado de terminar uma sessão de terapia, estava conversando na área comum do hostel que ficava no quarto e último andar do prédio, e sem entender nada só sentimos um cheiro de queimado. Resolvi dar uma olhada nos quartos que estavam com as janelas abertas, e foi ali que eu vi o prédio em chamas e chamei meu amigo para arrumar as coisas e sair correndo", afirma Jessica.

Os brasileiros conseguiram sair do incêndio sem nenhum ferimento, assim como todos os outros habitantes do prédio. Jessica precisou descer as escadas do prédio até mesmo sem um dos sapatos, e se deparou com um ataque de pânico enquanto descia as escadas que ela acreditava que era o segundo andar.

Eu não conseguia ver nada, e só eu escutava e via umas faíscas mais fortes, foi a hora mais assustadora. Foram segundos mais difíceis da minha vida, mas eu estava completamente desnorteada, e tive que pular e se jogar em algo que não sabíamos. Ninguém nos socorreu".

Depois do susto, os amigos relatam que não tem a certeza da causa do incêndio porque não foi divulgada, mas o que outros viajantes comentaram é que uma das possibilidades para ocorrido foi uma discussão entre dois amigos no primeiro andar do prédio, e um deles ateou fogo no apartamento.

A estrutura era antiga e precária, segundo o casal, mas era destino de muitos viajantes internacionais que buscam uma hospedagem compartilhada para viver novas experiências.

"Eu cheguei na última sexta-feira, 28, e iria embora nessa segunda, mas eu acabei perdendo o trem que me levaria para o sul do país porque eu perdi meu passaporte, então precisei ficar mais dias, e acabei me hospedando no hostel desse prédio onde tudo aconteceu", relata Danniel.

Jessica Mouadeb no Egito - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Jessica Mouadeb no Egito
Imagem: Arquivo pessoal

Mais sustos em viagens

Oliveira já tem no seu curriculum experiências de quase morte vividas em anos anteriores, como ter presenciado um terremoto no Nepal enquanto fazia um voluntariado em 2015, como já relatou a Nossa em 2020.

Danniel ajuda na reconstrução do Nepal pós-terremoto - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Danniel ajuda na reconstrução do Nepal pós-terremoto
Imagem: Arquivo pessoal

"Eu estava reformando uma das 210 casas que ajudamos a construir, quando um novo terremoto assombrou a cidade de Deurali, eu sentia o meu corpo fraco mas não sabia que era um terremoto, só ouvi alguns amigos correndo para o meio do morro onde eu estava para não ser atingido pelas construções.

Nunca tinha passado por isso, foram cerca de 35 segundos, e foi algo surreal, uma experiência louca! Um situação perigosa e super preocupante, foi intenso, parecia que a terra estava gritando".

No episódio, o terremoto chegou a matar cerca de 400 pessoas da vila onde o viajante estava, e chegou a atingir 7.4 na escala Richter.

Danniel também teve problemas quando completou a expedição até o Monte Everest em abril de 2019.

Danniel Oliveira no Everest - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Danniel Oliveira no Everest
Imagem: Arquivo pessoal

Durante a sua caminhada ao cume, ele teve o que muitos montanhistas alegam ser o "mal das montanhas" , que é quando pessoas estão em uma elevada altitude apresentam sintomas de náuseas, dores de cabeça que pode ser fatal.

Eu vomitei muito e queria desistir, já estava ao ponto de pedir para helicóptero resgatar, mas esperei 40 minutos pra me reestabelecer até a base da acomodação e não precisei desistir, mas eu quase morri".

Acrescenta ainda, que um dos amigos que acompanhava ele na expedição ficou cego por cerca de cinco minutos depois de uma nevasca muito forte. "Então são coisas que acontecem na experiência, só precisamos estar preparados mesmo".