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Saudade de roda de samba? Dudu Nobre lembra clássicos no Botequim da Teresa

Bruno Calixto

Colaboração para Nossa

16/04/2021 09h50

"Não como pimenta, cebola, camarão, jiló e pimentão", avisa Dudu Nobre, frequentador do Boteco do Rão, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, "onde tem bebida boa e futebol".

Seu petisco favorito, "vou na bola de segurança", é o filé aperitivo, mas também fica feliz com picanha fatiada. Neste episódio do "Botequim da Teresa", no entanto, o cantor e compositor, convidado do programa, provou a famosa costela do Cachambeer (o "Porquinho embriagado"), famoso bar carioca.

O carro-chefe da gastronomia na casa do artista é churrasco: "Eu me garanto, e meus filhos gostam muito", conta Dudu à anfitriã Teresa Cristina. Juntos, eles cantam clássicos como "Água da minha sede", que Dudu compôs com Roque Ferreira, e "Tempo do Don Don", de Nei lopes, e ainda conversam sobre carnaval, Dona Clementina, Cacique de Ramos, a filha que está se lançando como cantora e, claro, sobre botecagem carioca.

Dudu Nobre - Divulgação - Divulgação
Fã de churrasco e do filé aperitivo, Dudu Nobre provou o "porquinho embriagado" no "Botequim da Teresa"
Imagem: Divulgação

"Quando Dudu chegou para a entrevista, a primeira coisa que ele fez foi me mostrar os sambas que estava criando para o carnaval do ano que vem", adianta Teresa.

Conheci o Dudu numa roda de samba improvisando com (Cláudio) Camunguelo e Nei Lopes. Assim como Xande de Pilares, ele é bom partideiro [referência ao samba de partido-alto]. Foi uma conversa muito gostosa!"

Uma das passagens marcantes da trajetória do cantor que veio à tona foi o bastidor envolvendo o samba-enredo "Onde moram os sonhos", encomendado pela Unidos da Tijuca em 2020, ano em que a escola levou para a Sapucaí as belezas arquitetônicas e urbanísticas do Rio.

Unidos da Tijuca desfila na Sapucaí, em 2020 - Júlio César Guimarães/UOL - Júlio César Guimarães/UOL
Unidos da Tijuca desfila na Sapucaí, em 2020
Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

"Dignidade não é luxo nem favor", traz um dos versos entoados por Dudu e Teresa. Dos cinco jurados, dois deram nota máxima (10) e três, 9,9. A agremiação ficou em 9º lugar naquele ano. Dudu virou uma fera.

"A bateria veio num andamento perfeito, este samba foi muito mal avaliado", critica o compositor, que assina a obra com André Diniz, Fadico, Jorge Aragão e Totonho.

É mais difícil quando sua missão é falar de arquitetura e urbanismo, em vez de um tema afro, por exemplo, ainda mais em se tratando de samba por encomenda, sem disputa"

O menino de Dona Clementina

A primeira lembrança que Dudu Nobre guarda da escola do coração ("Sou mais a bateria da Mocidade do que a Mocidade em si") é o desfile de 1966, que ele viu numa TV em preto e branco.

O sambista, que já compôs com Aldir Blanc ("Queria ter feito outra música com ele mas não deu tempo") e tantos outros gigantes da música carioca, é cria do Cacique de Ramos, "a meca de tudo", um dos mais conhecidos e tradicionais blocos de carnaval do Rio.

Toda vez que vejo minha foto estampada naquela parede fico com a perna tremendo"

Além disso, Dudu teve o privilégio de crescer num ambiente favorável ao samba e à criação. Para tirar onda mesmo!

"Dona Clementina chegava lá em casa e perguntava para minha mãe: 'Cadê o menino para cantar aquela música?'".

Samba, série e Teresa

O "Botequim da Teresa" vai ao ar todas as sextas-feiras, às 10 horas, no YouTube de Nossa (inscreva-se já para receber os lembretes), no site, no UOL Play e no Facebook de Nossa.

O programa é uma coprodução de Nossa, MOV, a plataforma de vídeo do UOL, e da 2291 Conteúdo. Ele foi gravado em janeiro seguindo todos os cuidados necessários recomendados pelas autoridades de saúde durante a gravação do programa, como testagem dos convidados e da equipe, uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social. Metade dos convidados foi recebida de forma presencial e a outra metade no formato remoto.