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Rodrigo Caetano sobre mecenato no Galo: "Muito além da montagem de elenco"

Do UOL, em São Paulo

07/05/2021 12h00

Com dívida em torno de R$ 1 bilhão, o Atlético-MG não deixou de fazer contratações para a temporada, contando para isso com o aporte financeiro de um grupo de empresários formado por Rubens Menin, Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães, que criou o chamado órgão colegiado, um mecenato que tem bancado desde o ano passado as chegadas de jogadores.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do UOL Esporte, o diretor executivo de futebol Rodrigo Caetano explica como funciona o trabalho deste grupo e qual a influência que os empresários têm na gestão do clube e na decisão por contratar ou não jogadores. De acordo com o dirigente do Galo, a participação deles não é apenas nas contratações de atletas, mas na estruturação do clube em diferentes departamentos.

"O clube tem o presidente Sérgio Coelho, o vice-presidente eleito também, doutor José Murilo Procópio, e esse órgão colegiado formado por quatro pessoas, o doutor Rubens Menin, o Rafael Menin, seu filho, o Renato Salvador e doutor Ricardo Guimarães. Ele é um órgão consultivo, Mauro, vai muito além do que montagem de elenco", afirma Caetano.

"Eles, na verdade, hoje eles aportam não só a parte financeira, mas a parte também do saber, são empresários muito bem-sucedidos nas suas empresas e que estão também envolvidos com a questão da gestão do Galo. Esse momento é um socorro que eles vêm dando ao Galo desde o ano passado, mas eles vislumbram algo muito maior do que isso e, por conta disso, eles montaram uma equipe de profissionais, de executivos, não só no futebol, mas também na parte administrativa, financeira, de infraestrutura, nós temos um CEO no clube, também contratado por eles, ou seja, o desejo deles é viabilizar o Galo para o futuro", completa.

De acordo com o dirigente a participação do grupo busca fazer com que o Atlético-MG se torne menos dependente do aporte financeiro dele e não o contrário, apontando também a ideia de que o clube possa negociar jogadores e assim melhorar sua condição financeira.

"No que diz respeito às contratações especificamente, é óbvio que eu me reporto a todos eles no que diz respeito à operação financeira, tanto de chegada, como de saída, e é natural que eu como executivo deva prestar contas de todas as metas que me foram colocadas quando da minha contratação, que não são só metas de chegada, não são só metas de resultado esportivo, é muito mais do que isso, porque realmente o resultado esportivo para eles é importante, mas eles têm o entendimento que isso é construído", explica Rodrigo Caetano.

"Nós temos que na verdade rentabilizar os nossos ativos, fazermos vendas de jogadores, melhorarmos cada vez mais as nossas categorias de base e esses são os desafios que eles me colocaram, mas no momento de uma aquisição, exemplo, Nacho Fernandez, toda a negociação conduzida por mim, mas obviamente que em paralelo me reportando a eles para quando chegou naquilo que era possível ser feito, eles validarem a operação, e a gente acabou contratando. Eu estou falando o Nacho porque, dentre os quatro, foi o que teve um aporte financeiro na entrada, ou seja, o investimento inicial, mas eles são um órgão consultivo em todas as áreas do clube, não somente no futebol", completa.

Mudança no processo de contratações para reduzir erros

Rodrigo Cetano também aponta um direcionamento no Atlético-MG em relação a contratações, com mudança no processo de contratações para que o clube não tenha um excesso de jogadores sem a necessidade de que sejam contratados, procurando assim evitar escolhas apenas pessoais.

"Quando eu me refiro a processo de contratação, é porque eles também exigem. 'Olha, para que nos sintamos confortáveis em relação ao investimento, nós queremos que todas as etapas sejam cumpridas', então não existe aquele nós temos que nos afastar disso, o desejo do Rodrigo Caetano, o desejo do Cuca, o desejo do Rafael. Não, aí daqui um pouco nós teremos 40 jogadores aqui e talvez não atendendo aquilo que é o modelo do clube, é isso o que a gente vai tentar desenvolver e ter mais precisão, cada vez mais nesse processo, mas eles participam também opinando, não resta a menor dúvida, até porque é uma via de duas mãos", conclui.

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