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Ceni: Flamengo também teve dificuldades em jogos com times menores em 2019

Do UOL, em São Paulo

19/03/2021 04h00

O Flamengo do segundo semestre de 2019 caiu nas graças do torcedor com o futebol apresentado sob o comando do técnico Jorge Jesus, além dos títulos conquistados no Brasileirão e na Libertadores, o que se tornou uma sombra para os dois treinadores que o sucederam no clube, primeiro Domènec Torrent, e depois Rogério Ceni, que foi campeão brasileiro e segue no cargo, mas alvo de críticas de parte da torcida ao não conseguir replicar o que fez o português.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, no UOL Esporte, Rogério Ceni diz em sua defesa que está sempre em busca da excelência no clube rubro-negro e afirma que a memória afetiva de 2019 fica com as grandes atuações, mas que o Flamengo também teve suas dificuldades mesmo em um ano tão especial e com um trabalho como o de Jesus, citando a decisão nos pênaltis contra o Emelec nas oitavas de final da Libertadores, além de jogos contra Fortaleza e CSA no Campeonato Brasileiro.

"2019 foi um ano fantástico, mas vamos lembrar que a Libertadores, a bola, o jogo contra o Emelec nas oitavas, ele foi para os pênaltis como foi contra o Racing, poderia não ter acontecido. O gol do empate, ele foi no minuto 88 do segundo tempo e o gol da vitória foi nos acréscimos, poderia não ter acontecido o título e o time jogando muito bem", afirma Rogério.

"Eu lembro de jogos do Flamengo em que o Flamengo teve muita dificuldade contra times menores, eu lembro de um jogo contra o Fortaleza, eu estava expulso, não fiz esse jogo, mas o Flamengo ganhou no último minuto o jogo lá em Fortaleza, eu lembro de um jogo contra o CSA, se eu não me engano, foi um jogo contra um time menor no Maracanã, 1 a 0 sofrido para o Flamengo, com o CSA perdendo chances de gol. Então, quer dizer, é que, lógico, você tem muita recordação boa e é inegável que o trabalho do Jorge Jesus foi um grande trabalho aqui no Flamengo", completa.

Outro aspecto citado por Rogério Ceni é a diferença em relação a mudanças do Flamengo no elenco em relação a 2019, apontando as saídas do zagueiro espanhol Pablo Marí e do lateral direito Rafinha, além das lesões sofridas pelo goleiro Diego Alves na temporada 2020, tudo isso somado à pandemia, com o calendário alterado, falta de tempo para preparar o time e ausência de torcedores nos estádios.

"Há um time um pouco diferente, Pablo Marí já foi embora, Rafinha saiu, o Diego [Alves] se contundiu mais do que o normal nesse ano, em 2019 ele teve inteiro durante quase todo ano, então tem algumas diferenças, algumas caraterísticas que a gente tem que levar em consideração. O fator público no estádio, ele também é um fator de muita diferença e tem anos em que as coisas dão certo realmente, tem anos em que tudo se encaixa", diz o técnico.

"O aproveitamento do Gabriel em finalizações naquele ano foi, de cada dez chutes, sete gols. Esse ano não é o mesmo, e não é por culpa dele, acontece, realmente você tem anos em que a bola entra mais fácil, eu lembro quando eu jogava, teve um ano que eu fiz 21 gols, para um goleiro, e teve ano em que eu fiz três gols. A vida é assim, eu acho que os encaixes vão acontecendo, eu espero que a gente possa dar um 2021 ao menos próximo em conquistas, em melhorar cada vez mais o jeito de jogar do Flamengo", conclui.

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