Juca: "Andrés não está contra a volta da torcida, mas que volte só no Rio"

Dirigentes do futebol brasileiro articulam a volta da presença de público nos estádios de futebol durante os jogos em meio à pandemia do novo coronavírus, que ontem ultrapassou a marca de 138 mil mortes, além de 4.595.335 casos confirmados no Brasil até agora. E o Ministério da Saúde aprovou o plano da CBF para que o público possa voltar com 30% da ocupação de estádios.

No podcast Posse de Bola #58, Juca Kfouri comenta a articulação para a volta do público no Brasil enquanto outros países ainda não consideram jogos com torcida, caso da Inglaterra, que adiou em seis meses o planejamento jogos com torcedores. Juca também fala sobre a declaração de Andrés Sanchez de que o Corinthians não entraria em campo se fosse liberada a presença de público no Rio de Janeiro.

"O Andrés estaria certo se dissesse 'o Corinthians não entra em campo com torcida enquanto a Organização Mundial da Saúde não disser que pode ter futebol com torcida no Brasil', não pedir o mesmo absurdo para o Corinthians. O Andrés não está contra a volta da torcida, ele está contra que a torcida volte só no Rio. Se a torcida puder voltar aqui em Itaquera, ele estará a favor", diz Juca.

"Quer dizer, ele também está pouco se lixando para a vida dos outros, ele está apenas corroborando para a irresponsabilidade, para que se dê um ar de naturalidade à situação de um país que tem quase 140 mil mortos, mais do que três vezes morreu de brasileiros na Guerra do Paraguai, que é assim a grande marca de mortes de brasileiros em um curto espaço de tempo", completa.

Juca também critica a Confederação Brasileira de Futebol e cita o histórico de dirigentes envolvidos com problemas na justiça como motivo para não se surpreender com o plano da entidade de retomar o público nos jogos de futebol no país.

"É um absurdo, esta cartolagem absolutamente irresponsável, leviana, bandida, é isto. Não é à toa que eu chamo há anos a CBF de casa bandida do futebol, porque esse é o exemplo que nós temos. Sempre lembrando, João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, e esse Caboclo, que é a extensão disso tudo, era o braço direito de Marco Polo Del Nero, a justiça do mundo é que anda atrás dessa gente", conclui o jornalista.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

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