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Del Nero diz que banimento imposto pela Fifa é "grande absurdo" e recorrerá

Xinhua/Rahel Patrasso
Imagem: Xinhua/Rahel Patrasso

Rodrigo Viga Gaier

Da Reuters

27/04/2018 10h32

O ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero disse nesta sexta-feira à "Reuters" que considera a decisão da Fifa de bani-lo para sempre do futebol "um grande absurdo" e vai recorrer da decisão. A tendência é que o dirigente recorra ao Comitê de Apelação da Fifa, Corte Arbitral do Esporte (CAS) e  Corte Suíça.

Del Nero, que estava afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde que fora suspenso preventivamente por 90 dias pela Fifa em dezembro do ano passado, foi investigado pelo comitê de ética da federação internacional por suspeita de recebimento de propina.

Segundo a Fifa, o dirigente brasileiro foi considerado culpado de participação em "esquemas nos quais ele recebeu propina por seu papel na concessão de contratos a empresas pelos direitos de mídia e de marketing de vários campeonatos de futebol".

"Vi sim a notícia da Fifa e só posso classificar a decisão como um grande absurdo", disse Del Nero à Reuters em rápida entrevista por telefone pouco após o anúncio do banimento.

Em nota oficial, a defesa de Del Nero disse que o dirigente recebeu a notícia com indignação e pedirá análise a um "tribunal independente e não sujeita a interferências externas".

Del Nero, ex-membro do comitê executivo da Fifa, está entre os 42 dirigentes de futebol e executivos de marketing esportivo indiciados nos Estados Unidos em 2015 em um escândalo de corrupção que provocou a maior crise da história da Fifa.

Os dois antecessores imediatos de Del Nero, José Maria Marin e Ricardo Teixeira, também estão entre os indiciados nos Estados Unidos.

Veja a nota da defesa de Del Nero na íntegra:

É com surpresa e indignação que o Sr. Marco Polo Del Nero e seus advogados receberam a decisão proferida hoje pelo Comitê de Ética da Fifa.

Importante ressaltar que a investigação conduzida pelo Comitê não foi capaz de produzir qualquer prova referente ao seu suposto envolvimento em esquema de corrupção.

 Além disso, foram incontáveis as variações processuais cometidas pelo Comitê de Ética, em clara afronta aos princípios mais básicos da ampla defesa e do devido processo legal.

 Por isso, o Sr. Marco Polo Del Nero recorrerá da decisão e tem a convicção de que a punição de primeira instância será reformada mediante análise por tribunal independente e não sujeita a interferências externas

 Sendo o que por ora cumpre informar, subscrevemos

 Bichara e Motta Advogados.