Governo boliviano diz que seguro do avião da Chapecoense estava vigente
O Governo da Bolívia afirmou nesta sexta-feira que o seguro do avião da companhia aérea boliviana LaMia, em que perdeu a vida quase todo o time da Chapecoense em novembro do 2016, estava vigente quando o acidente ocorreu.
O ministro boliviano de Obras Públicas, Milton Claros, disse para a imprensa que "o seguro está vigente, as apólices estão vigentes e a documentação estava em dia".
Milton, que tem sob sua competência o setor aeronáutico, insistiu em que conta com a informação de que o documento do seguro da LaMia "é válido", acrescentando que o Governo fará cumprir o que está estabelecido nos contratos.
O ministro expressou sua posição depois que a empresa boliviana Bisa Seguros e Reaseguros expressou na quinta-feira que a apólice de seguros para os passageiros do voo da LaMia não estava vigente.
Além disso, a rede "CNN" informou em reportagem que uma carta enviada pela Bisa aos gerentes da LaMia informava que a "apólice estava suspensa por falta de pagamento desde o início de outubro do mesmo ano. Ou seja, o seguro não estava vigente no momento do acidente".
Segundo essa reportagem, a apólice "tampouco cobria voos com destino à Colômbia, país que aparece expressamente citado em uma cláusula de exclusão geográfica junto a muitos outros, como Peru, Afeganistão, Síria, Iraque, Iêmen e várias nações africanas".
A Bisa comunicou que a apólice para a tripulação essa sim está sendo cumprida de forma normal, com um pagamento de US$ 150 mil por tripulante falecido e despesas médicas dos sobreviventes da tragédia até US$ 25 mil para cada um.
Além disso, a Direção Geral de Aeronáutica Civil da Bolívia (DGAC) disse hoje por meio de um comunicado que a apólice sim tinha vigência de 10 de abril de 2016 até o mesmo dia de 2017.
A DGAC também informou que nunca recebeu informação da LaMia, nem da Bisa, que a aeronave encontrava-se sem a cobertura do seguro por falta do pagamento de suas quotas.
Sem admitir uma obrigação, a asseguradora anunciou na quinta-feira que criou um fundo de "assistência humanitária" para as famílias dos passageiros que morreram no acidente e os sobreviventes.
O fundo é administrado pelo escritório de advogados de Londres Clyde & Co. LLP, com o qual os afetados devem se comunicar.
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