Autoridade do Irã proíbe presença de mulheres em estádios do país: "Pecado"

De forma excepcional, mulheres iranianas puderam assistir à vitória do Irã por 2 a 1 sobre a Bolívia na noite desta terça-feira (16), em amistoso disputado no estádio Azadi, em Teerã. Porém, o fato histórico foi mal recebido por uma autoridade local, que promete impedir que a cena se repita.
"Que uma mulher vá ao estádio e encontre homens quase pelados com roupas de esporte... Isso leva ao pecado", justificou Mohamed Jafar Montazeri, Procurador-Geral do Irã, por intermédio da agência iraniana Mehr.
Nesta quarta-feira, ele afirmou que não permitirá que as mulheres sejam novamente autorizadas a ir a um jogo de futebol masculino. "Não concordo com a presença destas mulheres ontem no estádio Azadi. Somos um Estado Islâmico, somos muçulmanos", declarou.
Desde a vitória da revolução islâmica em 1979, as mulheres estão proibidas de comparecer a estádios para assistir a partidas da modalidade masculina. A justificativa oficial é de que é necessário protegê-las das grosserias dos homens.
Esta medida é muito contestada no próprio sistema político iraniano. Considerado moderado, o presidente do Irã, Hassan Rohani, já afirmou diversas vezes que quer ver mulheres iranianas nos estádios de futebol. A mudança na lei, no entanto, esbarra na posição ultraconservadora do goleiro.
Em 26 de junho deste ano, milhares de mulheres, acompanhadas de familiares, foram autorizadas a entrar no estádio Azadi para ver a transmissão em telão da partida entre Irã e Portugal, válida pelo Mundial da Rússia.
Em setembro de 2017, um pequeno grupo de mulheres eleitas no Parlamento recebeu permissão para assistir ao jogo das eliminatórias para a Copa de 2018 entre Irã e Síria.
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