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Presidente da Federação Alemã de Futebol lamenta não ter defendido Özil

26/07/2018 08h48

Berlim, 26 Jul 2018 (AFP) - O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, lamentou nesta quinta-feira (26) não ter defendido o jogador de origem turca Mesut Özil, que deixou a Seleção devido às críticas por ter tirado uma foto com o presidente turco.

No domingo (22), o atleta apontou diretamente Grindel ao anunciar sua decisão denunciando o racismo de sua federação após o encontro com Recep Tayyip Erdogan.

Em um comunicado, o presidente da DFB lamenta muito que a chamada à ordem feita a Özi no "caso Erdogan" tenha sido "orientada para os discursos racistas".

"Como presidente, olhando em perspectiva, eu deveria ter dito, sem nenhuma ambiguidade, o que é uma evidência para mim e para toda a federação: qualquer forma de assédio racista é insuportável, inaceitável e intolerável", escreveu.

Mas Grindel, como a DFB já fez esta semana, rejeitou firmemente as acusações de racismo feitas pelo atleta em seu longo comunicado de domingo. Ele também não pediu desculpas ao jogador do Arsenal, atualmente em Singapura em uma turnê de pré-temporada.

Campeão do mundo com a Mannschaft em 2014 e peça-chave para o técnico Joachim Low, Özil marcou 23 gols em 92 jogos pela seleção.

O meio campista rompeu seu silêncio depois de ter estado no centro da polêmica durante a Copa do Mundo pela foto junto ao chefe de Estado turco, em plena campanha eleitoral. Outro jogador alemão de origem turca, Ilkay Gundogan, também posou com Erdogan.

O jogador acusou em particular Grindel, ex-deputado conservador que sempre criticou o multiculturalismo durante sua carreira política.

"Para Grindel e os que o apoiam, sou alemão quando vencemos e imigrante quando perdemos", alfinetou o jogador.

Özil, que nunca ocultou sua religião muçulmana, está na mira da AfD há dois anos. Alice Weidel, uma das líderes do partido de extrema direita, disse na segunda-feira que o meia é "um típico exemplo do fracasso da integração das pessoas que vêm do mundo turco-islâmico".