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Fórmula E quer seduzir público jovem para crescer

27/10/2017 14h12

Paris, 27 Out 2017 (AFP) - A Fórmula Elétrica se prepara para sua quarta temporada, que começa a ser disputada em dezembro com uma maior cobertura televisiva, com o objetivo de seduzir o "grande público" e especialmente os mais jovens.

"Chegou o momento de passarmos a uma nova etapa. Soubemos abrir um lugar para nós na indústria automobilística, o próximo passo é ir atrás do grande público", explicou o fundador e dono da Fórmula E, o espanhol Alejandro Agag.

"Queremos ampliar o número de pessoas que estão interessadas por esportes mecânicos e especialmente pela inovação tecnológica e meio-ambiental, especialmente entre os jovens, um público muito valioso para as marcas de automóveis, que têm problemas para chegar até eles", completou. "É nisso que vamos concentrar nossos meios humanos e financeiros".

O primeiro objetivo na campanha de sedução do campeonato de carros elétricos é garantir uma maior cobertura e transmissão televisiva, especialmente reforçada na Europa.

A Eurosport transmitirá exclusivamente por três anos todas as corridas do calendário da Fórmula E para a Europa (menos para Reino Unido, Itália e Espanha). A empresa também revenderá os direitos de transmissão para outras emissoras, incluindo canais abertos. Será o caso por exemplo na França, onde seis das onze corridas da temporada 2017-18 terão transmissão na tv aberta.

- Mario Kart -A Fórmula E vai investir mais para aumentar seu grau de conhecimento, "umas dezenas de milhões de euros" em marketing (publicidade, produção de conteúdo para web, desenvolvimento de uma rede de influenciadores e de celebridades para ajudar na promoção), também para os próximos três anos.

Agag espera que, além da corrida em Hong Kong, outra prova aconteça em território asiático, um mercado muito atrativo. Uma mudança no formato das corridas é possível para ser mais atraente.

A grande revolução está prevista para a temporada 2018-19, quando os pilotos não precisarão mais mudar de carro no meio da prova, graças ao aumento da autonomia da bateria, que permitirá correr por 50 minutos consecutivos.

"Minha ambição é que se assista à Fórmula Elétrica como um vídeogame", afirmou o chefão da categoria, comparando as corridas ao tradicional jogo da Nintendo Mario Kart.

Na Fórmula E, porém, não será permitido jogar cascas de banana e cascos de tartaruga nos rivais dentro da pista. "Mas as regras da competição vão mudar", brincou Agag, sem revelar o que planeja.

- Ex-pilotos de F1 -Desde seu início em 2014, a Fórmula E conquistou as construtoras, superando as expectativas iniciais. "Contemplávamos três para a temporada 5 (2018-19) e vamos ter oito", comemorou Agag, genro do ex-presidente espanhol Jose Maria Aznar.

Renault e Mahindra se comprometeram já no primeiro ano. Logo vieram DS, Jaguar e, mais recentemente Audi. BMW, Mercedes e Porsche entrarão no jogo nas próximas temporadas.

A categoria oferece uma boa oportunidade para ex-pilotos de F1 (Jacques Villeneuve, Jarno Trulli, Lucas Di Grassi, Sebastien Buemi, Nick Heidfeld, Jean-Eric Vergne, Nelson Piquet Jr, Esteban Gutiérrez, Bruno Senna...), que buscam novas experiências ou um recomeço.

A chegada de novas construtoras, porém, pode significar um risco: "Quando chegam, todos querem ganhar. É preciso ter cuidado com o controle de custos e manter um limite que permitirá às equipes privadas (com menos dinheiro e menos funcionários) serem competitivas", reconheceu Agag.