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Uefa elege sucessor de Platini em setembro; Villar assume como interino

Ex-presidente da federação espanhola assumirá o cargo - Alexander Hassenstein /Fifa/Getty Images
Ex-presidente da federação espanhola assumirá o cargo Imagem: Alexander Hassenstein /Fifa/Getty Images

18/05/2016 14h31

A campanha presidencial da Uefa foi lançada oficialmente nesta quarta-feira: sem ninguém no cargo desde a suspensão de Michel Platini, a entidade marcou a nova eleição para o dia 14 setembro e será presidida até esta data pelo espanhol Angel Maria Villar, primeiro vice-presidente.

A reunião extraordinária do Comitê Executivo da Uefa, realizada na Basileia, palco da final da Liga Europa, também estabeleceu o prazo para as candidaturas: os pretendentes à sucessão de Platini têm até o dia 20 de julho para se declarar oficialmente.

O primeiro não quis esperar tanto tempo. O holandês Michael van Praag, que chegou a ser pré-candidato à presidência da Fifa no ano passado, já oficializou que concorre ao cargo, no site da federação do seu país.

Vice-presidente do comitê executivo da Uefa desde 2009, o dirigente de 68 anos ficou famoso por desafiar o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter publicamente, quando o suíço resolveu se candidatar para um quinto mandato em meio ao escândalo de corrupção que abala a entidade que governa o futebol mundial.

"Gosto muito do senhor, o senhor conhece minha esposa, então não veja nada pessoal nisso... Mas a reputação da Fifa hoje é indissociável da corrupção. A Fifa tem um presidente, então o senhor não deveria se candidatar. Não é bom para o Fifa", tinha afirmado o holandês.

Outros candidatos podem se declarar nos próximos dias. São cotados o português Fernando Gomes, de 64 anos, que também é membro do comitê executivo. Ele tem menos experiência que o holandês em altos cargos da Uefa, mas seu nome vem circulando, assim como o do eslovaco Aleksander Ceferin, de 48 anos.

Havia rumores em torno de uma possível candidatura de Theodore Theodoridis, secretário-geral interino que entrou no lugar de Gianni Infantino, hoje presidente da Fifa, mas o grego descartou a ideia nesta quarta-feira.

"Não acho que seria responsável da minha parte entrar na competição agora", justificou o dirigente, alegando que seu papel é fazer com que a eleição ocorra em boas condições.

Villar entregará o troféu da EuroO certo é que a Uefa optou por deixar aos candidatos quatro meses para fazer campanha, ao invés de eleger um novo presidente às pressas.

A entidade já tinha mostrado paciência ao se recusar a nomear um presidente interino depois da suspensão de Platini, que foi suspenso por oito anos em dezembro, punição que foi reduzida para quatro anos na semana passada pelo TAS.

Na verdade, o ex-craque francês está afastado no cargo desde o dia 8 de outubro, quando foi suspenso de forma provisória, por conta do pagamento suspeito de 1,8 milhões de euros que recebeu de Blatter em 2011.

Villar acabou assumindo como interino nesta quarta-feira, mas Platini ainda não renunciou formalmente ao cargo, o que deve ocorrer no congresso eletivo do dia 14 de setembro, em Atenas.

"Quero poder sair dizendo (às federações que o elegeram três vezes desde 2007) olhos nos olhos que nunca trai a confiança delas nem falhei com meus deveres e valores", disse o francês num comunicado.

Antes de ser oficializado como interino, Villar já tomava as principais decisões importantes, com Theodoridis atuando como seu braço-direito.

É das mãos do espanhol de 66 anos que o capitão da seleção campeã da Eurocopa receberá o troféu, depois da final do dia 10 de julho, no Stade de France.

Villar não é isento de suspeitas: já foi acusado pela justiça interna da Fifa de não ter colaborado com a investigação de compras de votos na atribuição das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022 à Rússia e ao Catar, respectivamente.