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Como escolha de tênis fez Magic Johnson deixar de ganhar bilhões de dólares

Magic Johnson e seus tênis nos tempos de estrela dos Lakers na NBA - Focus on Sport via Getty Images
Magic Johnson e seus tênis nos tempos de estrela dos Lakers na NBA Imagem: Focus on Sport via Getty Images

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

25/04/2022 04h00

O patrocínio de uma grande marca esportiva é sempre uma boa notícia, mas no caso de Magic Johnson pode ser também um arrependimento. O ídolo do Los Angeles Lakers na NBA hoje já admite ter se arrependido da escolha que fez em 1979, quando negou uma oferta que o tornaria bilionário atualmente.

A história aparece em duas séries atuais: "They Call Me Magic", uma espécie de biografia do ex-jogador na Apple TV, e também em "Lakers: Hora de Vencer", versão romantizada da HBO Max sobre os anos de ouro dos Lakers. Em resumo, Magic tinha em mãos duas propostas de fornecedoras esportivas: a Converse ofereceu mais dinheiro, enquanto o acordo com a Nike previa a aquisição de ações da empresa. O craque preferiu o dinheiro a curto prazo, e as ações que ele rejeitou atualmente valeriam bilhões de dólares.

"Aos 19 anos, eu nunca tinha ouvido falar em ações, por isso peguei o dinheiro. Você sabe, geralmente, a gente prefere pegar o dinheiro logo! Hoje, eu seria um bilionário. Pense que era 1979... Quanto estas ações valeriam hoje?", recordou Magic Johnson em um evento deste mês. Na semana passada, ele foi ainda mais direto sobre a escolha. "Eu pisei na bola em um dos maiores negócios da história", falou entre risadas.

Na época, porém, a escolha parecia acertada: a Converse era a principal marca de tênis esportivos nos EUA e também patrocinava Larry Bird, o antagonista de Magic naqueles tempos de NBA. Mesmo o contrato que Michael Jordan viria a assinar com a Nike, cinco anos depois, seria visto por muitos como um lance arriscado do astro dos Bulls. "Isso me mata toda vez que penso nisso: o Michael Jordan teria feito eu ganhar tanto dinheiro...", brinca Magic, referindo-se ao enorme sucesso comercial de MJ com a empresa dos EUA.

Seja como for, o dinheiro não faz tanta falta assim a Magic Johnson. Sua fortuna atual é estimada em US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões), construída em vários outros negócios, incluindo parte do time de beisebol Los Angeles Dodgers.

Quanto as ações valeriam hoje?

O seriado da HBO Max calcula que as ações atualmente valeriam US$ 5,2 bilhões (equivalente a R$ 24 bilhões), mas estes valores são questionáveis. Primeiro porque Philip H. Knight, cofundador e ex-CEO da Nike, é a 27ª pessoa mais rica do mundo na lista da Forbes com uma fortuna de US$ 47 bilhões, mas não há nenhum outro cofundador da empresa na lista.

É seguro dizer, no entanto, que as ações valeriam uma fortuna. A Nike teve seu IPO (oferta pública inicial) um ano após a proposta a Magic, em 1980, estreando a US$ 22 por ação. De lá para cá, as ações da empresa foram divididas sete vezes na base de dois para um, ou seja, uma única ação do IPO equivale a 128 ações, avaliadas em cerca de US$ 17 mil —pois cada ação da Nike hoje vale em torno de US$ 135. Isso tudo sem contar os dividendos pagos pela empresa aos acionistas e o reinvestimento destes dividendos.