Finlandês faz mulher "virar mochila" em corrida com obstáculos
Taisto Miettinnen, 48 anos, é advogado e trabalha em uma universidade da Finlândia. E para fugir da vida cotidiana, ele gosta de praticar esportes. Mas não os convencionais. A atividade favorita de Taisto é o Wife Carrying (Carregamento de Esposa, em tradução livre), modalidade na qual ele é o atual campeão. O esporte é um fenômeno na Finlândia que, em julho deste ano, realizou a 18ª edição do torneio na cidade de Sonkajärvi.
“Comecei a correr em 1997 e ganhei meu primeiro mundial em 2009”, contou o finlandês ao UOL Esporte. E, desde então, ele não perdeu nenhuma corrida. “Já são cinco títulos, sem contar as medalhas em outros torneios similares”, lembra.
O objetivo do esporte é correr 253,5 metros em uma pista carregando sua mulher. Mas não pense que é só isso. “Os casais precisam passar também por obstáculos. Colocamos algumas traves no caminho, campos de areia e uma piscina com 1,2 metro de profundidade”, explica Veikko Tervonen, um dos organizadores do campeonato finlandês.
Para manter a invencibilidade, Taisto conta com uma boa aliada: Kristiina Haapanen. “Ela é minha parceira de corrida desde 2007, mas não é minha esposa”, revela. Eles se conheceram em 2007, quando competiram juntos pela primeira vez. “Eu estava no evento e queria correr. Então, mandei um e-mail para uma página de encontros e perguntei se tinha alguém que queria correr comigo. A Kristiina foi a primeira a responder.”
Embora os organizadores do campeonato recomendem carregar a sua própria esposa, o corredor pode escolher outra mulher para correr. “Basta ser maior de 17 anos e pesar, no mínimo, 49 kg”, diz o regulamento. Se o peso for inferior, são colocados cinturões com peso extra.
Além dos treinos, o finlandês conta que o segredo está na técnica. “Força, resistência e velocidade contam, claro. Mas o peso da mulher e o jeito como ela se posiciona nas suas costas contam muito.” O segredo, segundo ele, é carregar a parceira nas costas, de cabeça para baixo. “Parece uma mochila. Ela precisa segurar firme para que eu possa correr. E essa posição dá estabilidade e também deixa os braços livres”, explica.
De acordo com Tervonen, também existem outras duas posições permitidas: nas costas, com a esposa entrelaçando as pernas na cintura do companheiro e os braços em torno dos ombros – no estilo cavalinho; ou nos ombros, com os braços de um lado e as pernas do outro – no estilo salvamento.
A origem do Wife Carrying é finlandesa, mais especificamente da cidade de Sonkajarvi. E, apesar de ser uma modalidade engraçada e bizarra, tem raízes profundas na história local. Diz a lenda que, em 1800, existiu um bandido chamado Rosvo-Ronkainen. Em seu bando só podia entrar homens que provassem coragem e aceitassem seus desafios – e um deles era, justamente, roubar mulheres das aldeias vizinhas, carregando-as nas costas.
Para cultivar a tradição, os finlandeses organizavam eventos de carregamento de mulheres. E como o número de participantes começou a aumentar, resolveram criar um campeonato. Em 1992 foi disputada a primeira corrida. Atualmente, o esporte quebrou as barreiras internacionais e também é praticado na Austrália, na Estônia, na Noruega e nos EUA.
Há uma variedade de prêmios para os casais vencedores, mas o mais cobiçado é o peso da mulher em cerveja.
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