"Toca a música" deve ser o bordão mais famoso do narrado. Ele surgiu logo no início da trajetória do Fox Sports e criou uma identidade não só do narrador, mas do próprio canal, fortalecendo a ideia de uma trilha sonora no momento do gol. Ele lembra com detalhes como tudo isso aconteceu.
"Eu estava fazendo um jogo do Campeonato Italiano, início de 2014, um jogo do Torino. Aí, saiu um gol do Torino, que foi anulado. O diretor de TV lá da Itália fechou no jogador que fez o gol. O cara fez o gol e saiu correndo. Então, eu comecei a gritar gol, mas, de repente, o cara parou. Ele abriu e mostrou o bandeira parado, não foi pro meio. Eu falei: 'Opa, opa, opa. Não toca a música porque não saiu o gol. Então, não toca a música'", lembra.
"Três ou quatro minutos depois, o mesmo cara que teve o gol anulado fez o gol. Aí, eu disse: 'Opa, agora, toca a música que valeu o gol'. Terminando a transmissão, o Sidão, o nosso Sidnei Bortotto, trabalha no setor de eventos, virou pra mim e falou assim: 'Pô, isso aí é legal. Toca a música'. Ali, eu falei: 'Opa, chamou a atenção de alguém. Então, é algo que eu tenho que observar com mais carinho'. Passei a fazer isso nos jogos seguintes, já na Copa de 2014 eu usava isso", completa João Guilherme.
Outro bordão eternizado pelo narrador foi o "que desagradável". Esse foi a primeira vez que João Guilherme criou algo que caiu nas graças da torcida. "Esse é mais velhinho, já tem quase 20 anos. Em 2001, eu estava no Mineirão, fazendo um jogo Cruzeiro x Flamengo, pelo SporTV. Chovia no gramado e o Petkovic foi tentar dar um drible num jogador, escorregou e caiu em cima da bola. Foi uma cena engraçada. Aí, saiu. Eu falei: 'Que desagradável'. O Raul Plassmann, que estava do meu lado, comentarista, na época, riu muito. 'Engraçado isso aí, cara'. No dia seguinte, chegando em casa, o meu porteiro virou e falou assim: 'Pô, que desagradável, hein. Legal'. Eu falei: 'Pô, surgiu'. E ficou", afirmou.
Os craques da bola também são fundamentais no processo de criação. É que as grandes jogadas emocionam e fizeram o narrador criar bordões de maneira espontânea. Ronaldinho Gaúcho e Deco, por exemplo, foram fundamentais para que o "Para tudo" fosse eternizado.
"Surgiu num jogo Flamengo x Avaí, Brasileiro de 2011, Ronaldinho Gaúcho deu uma caneta desmoralizante no jogador do Avaí e, na hora, eu narrei assim: 'Para tudo'. Também repercutiu. Um chapéu que o Deco, quando jogava no Fluminense, deu num jogo no Engenhão, também, eu: 'Para tudo'. Pegou. Agora, tem o 'deboche'. Fulano é um deboche. Tá pegando direto. É muito engraçado. É incrível como as coisas vão surgindo", se diverte.