Maradona reconheceu cinco filhos, dois deles depois de décadas de conflitos judiciais. Do seu casamento com Claudia Villafañe nasceram Dalma Nerea (33 anos) e Gianinna Dinorah (31) — as três na foto acima. De tão cultuadas na Argentina, ambas viraram até força de expressão. Quando alguém em Buenos Aires queria "jurar pela mãe", dizia "jurar por Dalma e Gianinna", repetindo o emocionado discurso de Maradona alegando inocência no doping da Copa de 1994.

Da sua relação extraconjugal com a napolitana Cristiana Sinagra veio Diego Júnior, de 34 anos, que nasceu em 1986, mas só foi reconhecido 29 anos depois. Para desgosto de Maradona, sempre fanático pelo Boca, seu filho mais velho é também torcedor ferrenho, mas do River Plate.

A portenha Jana Maradona, hoje 24 anos, também só foi reconhecida depois da maioridade. Apesar disso, foi a filha mais próxima do Diez nos dias finais, e a mais discreta de todas. Um provável aprendizado da mãe, Valeria Sabalain, que encontrou Diego quando tinha 18 anos (ele 35) e deu à luz em 1996. Valeria nunca falou publicamente sobre Maradona. Jana foi reconhecida em 2014.

O caçula é Dieguito Fernando, de 7 anos, fruto do relacionamento com Verónica Ojeda. Maradona e Verónica se separaram quando ela estava grávida, mas Diego o reconheceu como filho desde o nascimento. Dieguito também era presença constante no fim da vida do pai — foi para brincar com ele que Maradona topou regrar seus hábitos e emagrecer 20 quilos no começo da pandemia.

O craque argentino só foi oficialmente casado com Claudia Villafañe. O enlace aconteceu em 7 de novembro de 1989 e parou Buenos Aires com uma festa opulenta e jamais repetida no Luna Park, mítico ginásio esportivo e musical no centro portenho, quase no bairro de Puerto Madero. A cerimônia contou com uma tiara de diamantes, um bolo de oito andares e convidados ilustres, como Fidel Castro e o então presidente argentino, Carlos Menem.

Maradona e Claudia namoravam desde 1979, formalizando uma relação que, na verdade, começara em 1976, quando ambos integravam um grupo de amigos. Diego acabara de estrear no Argentinos Juniors.

O divórcio ocorreu em 1998, mas Claudia esteve ao lado de Diego em suas internações mais famosas, em 2000 e 2004. Maradona disparou críticas ferozes à ex-mulher de 2016 em diante, acusando-a de infidelidade e de se apropriar indevidamente dos bens dele durante suas internações. "Claudia é uma ladrona", repetiu em público nos últimos anos, criando uma distância entre ele e as filhas, que tomaram o lado da mãe na rusga.

Com apenas um casamento oficial, Diego teve muitas namoradas — inclusive enquanto esteve com Claudia Villafañe. Muitas amantes argentinas revelaram, depois de sua morte, detalhes picantes dos casos com o astro. Ganhou fama a relação dele com a modelo Wanda Nara, ex-mulher de Máxi López e atual esposa de Mauro Icardi. O romance ocorreu em 2006, quando o craque era sucesso televisivo apresentando o "La Noche del Diez".

Outro namoro bastante comentado de Maradona foi com a também modelo Verónica Ojeda, mãe de seu filho, Dieguito Fernando, de 7 anos. Entre idas e vindas, ambos estiveram juntos de 2005 a 2013. Eram habitués de um balneário em Marbella, na Espanha, onde Maradona chegou a pedi-la em casamento, recuando depois.

Também em 2013 Maradona conheceu Rocío Oliva (foto), integrante da torcida organizada do River e jogadora de futebol do clube. Assumiram o namoro em 2014 e terminaram no fim de 2019, depois de muitas discussões e de uma exposição incessante que contou até com um vídeo de Maradona agredindo Rocío. Os últimos meses da vida de Diego, porém, foram marcados por seguidas tentativas de reatar a relação.

Nas vezes que foi a Cuba, entre 2000 e 2005, tratar o vício em drogas e emagrecer, se relacionou com pelo menos duas mulheres. Entre elas, Adonay Frutos, que alega ser mãe de dois filhos do craque.

Maradona reclamou muito da solidão no seu fim. Um dos que revelaram a angústia de Diego foi o seu irmão, Lalo. "Ele se sentia muito trancado também pela pandemia", contou.

Suas companhias eram as de profissionais de saúde e de um sobrinho de 23 anos. Maradona demonstrou comodidade em seus primeiros dias na casa alugada às margens do Tigre, rio vizinho a Buenos Aires, mas com o passar do tempo passou a ficar mais nervoso a ponto de empurrar e socar Leopoldo Luque, seu médico pessoal, que atribuía o descontrole à abstinência da bebida.

Em conversa com o ex-zagueiro Oscar Ruggeri, Claudia, ex-esposa de Maradona, revelou que o astro morreu em um quarto minúsculo, com banheiro improvisado: "Parecia um camping".

Maradona deu repetidas entrevistas dizendo que experimentou cocaína pela primeira vez em Barcelona. O que variou ao longo do tempo foi a data da ocasião. Diego se referiu a ela como 1982, 1983 e 1984. Seus biógrafos apontam que o primeiro contato do craque com a droga foi em dezembro de 1982, quando ele tratava uma hepatite A que o tirou dos gramados por três meses. Tinha 22 anos. Nesta semana, no entanto, Carlos Fen, ex-companheiro de Maradona no Argentino Juniors, disse que o craque experimentou cocaína em 1981, antes de se transferir para o futebol europeu, quando atuava pelo Boca Júniors.

Infelizmente tinha sido antes, quando jogava pelo Boca, em 1981. Lá ele entrou naquele mundo imundo que tanto perturbou a sua vida", disse Fen em entrevista ao site Infobae.

Independentemente se provou cocaína na Argentina ou na Espanha, fato é que o consumo aumentou durante a passagem do craque pelo Napoli, dado o seu vínculo com a Camorra, máfia italiana que abastecia seu vício. O assunto foi tema do documentário "Maradona", do badalado cineasta Asif Kapadia. O antidoping era burlado com a urina de companheiros de time, segundo revelou o ex-presidente do clube, Corrado Ferlaino.

Diego largou a cocaína em 2004, depois de ser internado em Buenos Aires após uma overdose. O ex-craque se comoveu com o pedido da filha mais nova, Gianinna, suplicando sua sobrevivência.

Maradona começou a ser fotografado ébrio em 2015. Em 2016, já dava entrevistas balbuciando e atribuindo a dificuldade de fala aos remédios que tomava para controlar o sono e a ansiedade.

Como Maradona reduziu o estômago em 2005, suas taças de vinho eram milimetricamente calculadas. O problema é que Diego acompanhava o consumo de quem estava ao redor, como ficou evidente no famoso Argentina x Nigéria da Copa de 2018, aparecendo totalmente descontrolado em seu camarote (foto que abre esse texto). "O viciado troca uma substância por outra. Maradona trocou a cocaína pelo álcool", definiu Alfredo Cahe, um de seus médicos.

No último fim de semana, Mariano Israelit, amigo de infância de Maradona, acusou amigos e primos da ex-namorada de Diego, Rocío Oliva, de embebedarem Diego para mantê-lo longe das filhas e para assinar doações de seus bens. Rocío confirmou os problemas de Diego com o álcool, mas negou qualquer má intenção.