Slackline se espalha pelo Brasil e rende até vaga no Cirque du Soleil
O Slackline começou nos anos 80 nos Estados Unidos, ganhou proporção recentemente no Brasil no Rio de Janeiro, mas agora se espalhou por boa parte do Brasil com participantes apaixonados e rendeu até vaga no Cirque du Soleil, a mais famosa companhia circense do mundo.
O Slackline no Brasil foi iniciado nos principais picos de escalada do Rio de Janeiro. No segundo momento, ganhou as praias cariocas. Mas quem pensa que é uma prática apenas vinculada a este estado se engana: o esporte se espalhou por praias, parques e picos de todo país.
Slackline nada mais é do que a denominação em inglês para um esporte praticado com uma fita elástica apoiada em quaisquer dois pontos fixos, que podem ser duas árvores numa rua ou parque, por exemplo.
Com o passar do tempo, os praticantes do Slackline foram divididos em modalidades: trickline (manobras em cima da fita), longline (caminhar em cima da fita), highline (caminhar em cima da fita em alturas acima de dez metros) e waterline (prática sobre a água).
Para as competições nacionais e mundiais, os praticantes fazem manobras do trickline. As outras modalidades costumam ser destinadas a diferentes finalidades. “Acho que o Slack não é só uma modinha que já vai passar, veio para ficar e se fortalecer como esporte, lazer para a família, exercício físico, convívio social e até mesmo como reabilitação”, explicou Rogério Tozzi, que é professor de Slackline para iniciantes.
Foi a prática do trickline que rendeu a vaga no Cirque du Soleil a Igor Zambelli, brasileiro de apenas 19 anos, que aliou o seu talento a coragem ao tentar cavar a vaga na companhia circense.
“O convite para o circo surgiu quando eu mandei um vídeo para participar em um casting no Brasil, mas que acabou sendo cancelado. Aí o vídeo seguiu pra Montreal, que é o centro principal. Entraram em contato comigo me pedindo mais alguns vídeos específicos, e me chamaram”, explicou.
Zambelli contou que o acordo com o Cirque du Soleil o impediu de disputar o campeonato mundial de Slackline e fez com que ele caísse no ranking do esporte para a quinta colocação – em 2012, o brasileiro chegou a vencer uma etapa da Copa do Mundo na Áustria.
Apesar de o esporte ter surgido na década de 80, somente em maio de 2011 os praticantes do Slackline se organizaram, quando foi criada a Federação Mundial de Slackline (WSFed, sigla em inglês). No Brasil, os campeonatos nacionais foram criados por iniciativa da filial nacional da empresa Gibbon Slacklines, e se iniciaram no mesmo ano.
Os praticantes de Slackline ainda não conseguiram montar associações pelo país, o que faz com que a definição dos recordes seja feita de forma muito subjetiva. “Estou tentando formar a do Rio de Janeiro, mas é complicado. O Rio Grande do Sul tem uma federação já. Então o recorde é meio que um consenso entre os praticantes, porque que são que estão há mais tempo ou ganharam um reconhecimento por parte dos outros”, explicou o carioca Bruno de Lima, que diz ter como meta pessoal a busca do recorde mundial de highline.
Bruno de Lima expressou um ponto de vista que é compartilhado por Gabriel Aglio, terceiro brasileiro melhor colocado no ranking mundial do da Federação Internacional de Slackline. Ambos pedem mais incentivo para o esporte.
“Em infraestrutura, a gente tenta trabalhar todos os dias para chegar ao mesmo nível, mas é difícil, porque no Brasil não se consegue grandes investimentos em esportes como por exemplo nos Estados Unidos. Mais alguns anos e chegaremos lá. O potencial é enorme, basta continuarmos trabalhando forte”.
PRATICANTE FAZ TRAVESSIA DE HIGHLINE SEM ROUPA
Caio Salomão Afeto é praticante do Slackline em Vitória, capital do Espírito Santo. Ele admitiu que já teve uma experiência um tanto quando inusitada com o highline: fez a travessia sem roupa. “Foi muito bom andar nu, não faço isso por loucura e sim para explorar novas possibilidades e sensações”, explicou o capixaba, que também já andou sem proteção.
“Para realizar a travessia no highline, é utilizado uma cadeirinha de escalada, que é presa na fita para garantir a segurança do praticante. No free solo não uso a cadeirinha, tornando a travessia extremamente perigosa. Mas é a essência do esporte, onde o praticante explora da maneira mais intensa a liberdade de andar em um highline”.
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