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Após cortes e goleiro isolado, seleção olímpica enfim ficará completa

Malcom é cumprimentado por Branco ao se apresentar à seleção olímpica - Lucas Figueiredo/CBF
Malcom é cumprimentado por Branco ao se apresentar à seleção olímpica Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/07/2021 13h23

Depois de uma lista de percalços, o técnico André Jardine finalmente terá nesta terça-feira (horário do Japão, noite de segunda-feira no Brasil) todos os jogadores reunidos para a seleção olímpica. A estreia no torneio de futebol de Tóquio é na quinta-feira, contra a Alemanha, e o grupo já chega calejado após os obstáculos que foram desde a liberação dos convocados até nuances relacionadas à pandemia.

De todo modo, ao longo dos treinos na fase de preparação, Jardine já definiu qual será o time titular — se nada mais fora do script acontecer: Santos, Daniel Alves, Diego Carlos, Nino e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho; Antony, Richarlison e Matheus Cunha.

Falso positivo

Hoje (19), o meia-atacante Malcom se apresentou no Japão. Só que o elemento que completará o grupo de 22 jogadores já esteve com a seleção e precisou ficar "desgarrado" por alguns dias: o goleiro Brenno.

Na quinta-feira, dia do amistoso contra os Emirados Árabes Unidos, Brenno fez um exame para detectar covid-19 e, no sábado, houve a divulgação do resultado positivo. Por isso, ele não pôde embarcar com a delegação rumo ao Japão e ficou na Sérvia, onde a seleção disputou o amistoso e fez uma redução da distância para o fuso horário japonês. O resultado da contraprova não veio a tempo.

Como o goleiro do Grêmio teve covid-19 há pouco tempo, o departamento médico da seleção desconfiava que se tratava de um falso positivo. Dito e feito. A contraprova e um teste subsequente deram negativo — o segundo teste saiu no domingo. Então, o jogador foi liberado para embarcar da Sérvia para o Japão.

Nas redes sociais, ele postou um texto bíblico depois da resolução do imbróglio: "Feliz é aquele que suporta com paciência as provações".

Do Qatar para a Sérvia

A própria estadia de Brenno na Sérvia, indiretamente, foi resultado de outro obstáculo para a delegação da seleção olímpica. Inicialmente, a ideia era fazer uma segunda perna de preparação em Doha, no Qatar. Quando o grupo já estava em São Paulo para os dias de atividades no CT do Palmeiras, veio a mudança de rota. Pelas dificuldades burocráticas de entrar no país do Oriente Médio, a programação passou a prever viagem para o Japão no dia 9 de julho.

Mas o país-sede da Olimpíada decretou estado de emergência por conta da pandemia. Assim, o Brasil desembarcaria cerca de 15 dias antes da estreia, mas não poderia usar os locais de treinamento. O jeito foi mudar a rota do destino intermediário: o grupo foi para a Sérvia, por onde já tinha passado na data Fifa de junho.

Cortes e trocas

André Jardine teve problemas com continuidade da preparação por causa da pandemia. Negociar com clubes europeus e brasileiros foi outra novela. O meia Gerson e o atacante Pedro chegaram a ser anunciados para Tóquio, mas Olympique de Marselha e Flamengo não liberaram os jogadores.

A possibilidade de acrescentar mais quatro jogadores à convocação definitiva — fazendo a relação saltar de 18 para 22 jogadores por conta de uma concessão feita pela Fifa — aumentou a correria nos bastidores para buscar nomes com até 24 anos para entrar no grupo. O saldo disso tudo foram as convocações de Richarlison, Reinier, Bruno Fuchs, Gabriel Martinelli, Lucão, Abner e Douglas Augusto.

Mas os ajustes não pararam por aí. Primeiro, o zagueiro Gabriel Magalhães sofreu uma lesão, foi cortado e substituído Ricardo Graça. Depois, o volante Douglas Augusto — que seria substituto de Gerson — também se machucou. A roda girou. Malcom inicialmente não seria liberado pelo Zenit já tinha sido sacado após a convocação inicial. Mas o cenário mudou, o jogador conseguiu aval do clube e por isso se apresentou hoje (19), já no Japão.

"Sensação única de poder representar o meu país. Estou muito ansioso para começar a treinar com o grupo. Tenho dois dias aí para trabalhar e conhecer os novos companheiros antes da nossa estreia. Eu fiquei muito feliz, honrado e motivado com a reconvocação para disputar essa Olimpíada", afirmou Malcom, ao site da CBF.

O desafio e meio a isso tudo é alcançar o nível adequado de entrosamento e de desempenho físico para conquistar a medalha de ouro. Além da Alemanha, adversária de quinta-feira, o Brasil ainda enfrenta Costa do Marfim e Arábia Saudita na primeira fase.

"Claro que ficamos chateados com alguns cortes, porém quem entra no lugar da pessoa que foi cortada também tem muita qualidade e aqui dentro somos uma família. Todas as convocações, nos damos muito bem, entra um, sai outro, mas mantemos o mesmo ritmo, a mesma qualidade. Acho que é isso que importa, formar um grupo, formar uma família e ir um ajudando o outro. É assim que vamos conquistar grandes coisas", disse o lateral-esquerdo Guilherme Arana.