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Com disputa por equipes mista, judoca pode ganhar duas medalhas em Tóquio

Rafael Silva, o Baby, vai brigar por medalhas na disputa individual e por equipes do judô - Gaspar Nóbrega/COB
Rafael Silva, o Baby, vai brigar por medalhas na disputa individual e por equipes do judô Imagem: Gaspar Nóbrega/COB

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/07/2021 04h00

Com todas as tradições que o judô carrega, os Jogos Olímpicos de Tóquio abriram caminho para uma novidade: agora um atleta pode sair com duas medalhas. Ou: quem cair na disputa individual ainda terá outra chance, na competição mista. Tendência olímpica, as disputas de equipes com homens e mulheres agrada os brasileiros, tradicionalmente ligados a esportes coletivos. E pelos resultados alcançados nos últimos anos, a motivação é grande.

"Participamos de quatro Campeonatos Mundiais nesse formato e estivemos em três pódios, com uma medalha de prata e duas de bronze, incluindo o último, deste ano", explicou Ney Wilson, chefe de equipe do judô brasileiro. Os Mundiais de judô já tinham disputas por equipes, mas separadas por gênero. A competição mista é a novidade deste ciclo olímpico. Nas quatro edições realizadas até agora, o Japão venceu todas.

Para a estreia do novo formato em Tóquio surgiram algumas questões, acrescentou Wilson. Nem todos os países conseguiram classificar atletas para as três categorias que fazem parte da disputa. Os times serão formados por três mulheres e três homens, dos pesos leve (-57 kg e -73 kg), médio (-70 kg e -90 kg) e pesado (+78 kg e +100 kg), e que necessariamente se classificaram para a disputa individual. O Brasil, por exemplo, não conseguiu classificar uma atleta para a categoria leve feminina.

"Dos 12 países que estarão nos Jogos Olímpicos, apenas dois - Japão e Rússia - terão a equipe completa. Todos os demais têm desfalques, alguns nas categorias que compõem a competição mista, outros não. Duas seleções estão bem desfalcadas: Canadá e Itália. Isso acaba criando algumas dificuldades, mas no nosso caso não vejo tanto problema não ter a categoria de 57 kg, porque estaremos bem representados com a Larissa Pimenta, da 52 kg (categoria meio-leve)."

Mesmo com o improviso em uma categoria, Ney Wilson acredita que o Brasil chegará competitivo na disputa mista. É cabeça de chave, e por isso, tem o benefício de cruzar com o Japão e pode encontrar com a França (que tem o segundo melhor resultado nos Mundiais) apenas na semifinal. "Por isso vejo possibilidade, sim, de medalha." A competição por equipes mista será no último dia de combates do judô, após a disputa de todas as categorias individuais, em 31 de julho.

Wilson ainda destaca, além do espírito de equipe, uma motivação muito grande: "O espírito de equipe gera unidade, o que tem nos auxiliado bastante e inclusive eles, individualmente. Isso foi demonstrado no Mundial: a equipe se superou. Acabamos indo para medalha, passando por duas equipes muito forte."

E o formato diferente também traz um incentivo a mais: "O atleta pode sair com duas medalhas, o que no nosso esporte nunca aconteceu. E também para aquele que não tenha conquistado nada inicialmente, gera vontade e determinação para buscar a medalha que não conseguiu na disputa individual".