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Intensidade da Olimpíada foi um dos motivos de ausência de Cris, diz Pia

Pia Sundhage, técnica da seleção feminina de futebol - Facebook/CBF
Pia Sundhage, técnica da seleção feminina de futebol Imagem: Facebook/CBF

Do UOL, em São Paulo

06/07/2021 12h02

Técnica da seleção feminina de futebol, Pia Sundhage falou sobre a ausência de Cristiane Rozeira a 15 dias do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Em entrevista às "Dibradoras", a comandante explicou os motivos pelo qual decidiu por não convocar a atacante e um deles é a questão física.

"Falamos sobre duas coisas principalmente: completar os passes, controlar a bola, ser agressivo e o nível físico. Eu sei o quão difícil é jogar uma Olimpíada com apenas 16 jogadoras de linha. Então temos que ter a certeza de que elas estão prontas e bem fisicamente para jogar com partidas de dois em dois dias", explicou Pia.

"Nós tivemos uma conversa, falei com Fábio (Guerrero, preparador físico) e (Luciano) Capelli (fisiologista) e tivemos os números e tudo mais para analisar. A outra coisa são os jogos no Campeonato Brasileiro. Ela jogou, acredito, seis jogos até aquele momento e eu tive todo o cuidado para acompanhar seu desempenho em cada partida. Então juntando tudo isso em comparação com o que a gente tinha, e considerando que agora que temos a chance de ter cinco substituições, se você olhar para as características do ataque, velocidade, nós temos isso no time agora", acrescentou.

Pia também falou que teve dúvidas sobre a convocação da veterana Formiga. De acordo com a treinadora, a atleta de 43 anos sofreu com duas concussões e não estava entrando em campo com tanta frequência. Apesar disso, a sueca confiou no potencial físico e resiliência dela.

"Quando eu olho para trás, sei que ela sabe muito bem administrar seu nível físico. Então quando ela chega aqui, ela pega mais leve. Ela, por exemplo, não fez o teste do ioiô que as outras fizeram, então houve muita discussão sobre convocá-la ou não. Agora que ela está aqui, estou feliz e quando eu olho para o nosso meio-campo, acho que ela pode desempenhar um papel importante nesse setor", falou Pia.

Pia esteve em três Olimpíadas como técnica e em situações diferentes, porque ela já comandou o elenco forte e sempre favorito dos Estados Unidos e a Suécia, que é mediano. No comando do Brasil, a técnica crê que está em uma posição de time "azarão".

"Se você pensar na última vez que o Brasil ganhou algo, foi em 2008, e isso foi há muito tempo. Mas eu também posso olhar por outro lado, se olho para as jogadoras que temos. Claro, nós temos jogadoras muito técnicas e agora elas estão num nível físico mais alto, temos um time mais coeso. Mas eu diria que estamos do lado azarão. Então o objetivo é chegar às quartas, esse é o primeiro desafio, vamos focar nisso, e aí é um passo de cada vez, tudo pode acontecer", analisou Pia.

A seleção brasileira feminina estreia na Olimpíada de Tóquio no dia 21 de julho, contra a China, no estádio de Miyagi.