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'Próxima à Brasília', diretoria faz do Mané Garrincha a 'segunda casa' do Flamengo por público e grana

02/08/2021 15h15


Está confirmado: o Mané Garrincha será o palco de jogo decisivo do Flamengo pela segunda fase consecutiva na Libertadores. Sem conseguir a liberação da Prefeitura para contar com o público no Maracanã, em termos que considera viáveis, a diretoria adotou Brasília como "segunda casa". Além do "desacerto" público com a Prefeitura do Rio de Janeiro, com direito à troca de farpas entre dirigentes e prefeito, a decisão do clube leva em consideração outros fatores.

A principal motivação é a financeira. Com 5.518 torcedores contra o Defensa y Justicia (ARG), nas oitavas de final da Copa, o jogo do dia 21 de julho teve uma renda de R$ 984.440,00. Na primeira fase da Libertadores, em três jogos como mandante no Maracanã sem público, o clube teve um prejuízo de R$ 487 mil.

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A pandemia do cororavírus, que impede a presença de torcedores nos estádios desde março de 2020, teve grande impacto nas finanças do Flamengo. A perda de receitas do clube superou os R$ 100 milhões só na temporada de 2020.

OS RUÍDOS COM A PREFEITURA DO RIO

Nos bastidores, o Flamengo trabalha pelo retorno do público aos estádios há meses. No Rio de Janeiro, contudo, a diretoria tem "esbarrado" na Prefeitura, que não atendeu às solicitações feitas pelo clube, o que, inclusive, resultou em uma troca de farpas entre dirigentes rubro-negros e o prefeito Eduardo Paes.

Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e Rodrigo Dunshee, VP Geral e Jurídico, tem se posicionado sobre o assunto e pressionado a Prefeitura, lembrando a presença de público nas finais da Libertadores, em janeiro, e da Copa América, em julho. Para o jogo contra o Olímpia, o clube protocolou pedido para ter o Maraca com 30% da capacidade liberada no Maracanã, mas não foi atendido.

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A Prefeitura sinalizou positivamente para o estádio ter 10% do público liberado no próximo dia 18 de agosto, data da partida decisiva pela Libertadores. A possibilidade não animou o Flamengo. Segundo Rodrigo Dunshee, a operação do jogo no Maraca "não é economicamente sustentável" com essa capacidade.

Por mais que Flamengo e Prefeitura não "falem a mesma língua" atualmente, o retorno às arquibancadas dos estádio do Rio de Janeiro já não está tão distante.

Na última quinta-feira, em 29 de julho, a Prefeitura divulgou plano no qual os estádios estarão liberados a partir de 2 de setembro com 50% da capacidade para pessoas imunizadas contra a Covid-19. A avaliação do cenário no munícipio pelos órgãos responsáveis é constante e pode alterar o plano.

Jair Bolsonaro e Rodolfo Landim no Planalto (Foto: Reprodução)

DIRETORIA DE LANDIM PRÓXIMA À BRASÍLIA

A gestão do presidente Rodolfo Landim, que assumiu o comando do clube em janeiro de 2019, mantém-se próxima à Brasília e membros do Governo Federal desde então. Inclusive do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), aliado em pautas de grande interesse do clube, como a MP do Mandante e o retorno dos eventos em meio à pandemia da presença de público nos estádios.

A boa relação entre a diretoria do Flamengo e "Brasília" também teve impacto financeiro no clube. Hoje, o patrocinador master do Rubro-Negro é o BRB, banco regional de Brasília cujo maior acionista é o Governo do Distrito Federal.

Ibaneis Rocha (MDB), governador de Brasília e apoiador de Jair Bolsonaro, foi quem indicou Paulo Henrique Costa para a presidência do banco em 2019. A parceria tem sido benéfica para ambas partes, com 1 milhão de contas abertas.

Após o jogo contra o Defensa y Justicia (ARG), o primeiro com público desde março de 2020, o Flamengo publicou, em suas redes sociais, um texto agradecendo ao Governo Federal, ao Governo de Brasília e à Conmebol.

RETROSPECTO POSITIVO NO MANÉ GARRINCHA

Na gestão de Rodolfo Landim, o Flamengo atuou sete vezes em Brasília, na maior parte das vezes quando o Maracanã não estava disponível para receber jogos. E o retrospecto recente do Rubro-Negro no Mané Garrincha é excelente neste período. São seis vitória e um empate, com 18 gols pró e quatro contra.

O estádio ainda foi palco de dois títulos do Flamengo da Supercopa do Brasil neste período. O primeiro foi contra o Athletico, em 2020, com vitória por 3 a 0 do time de Jorge Jesus. O segundo, em 2021, foi diante do Palmeiras sob o comando de Rogério Ceni, nos pênaltis, após o empate 2 a 2 no tempo normal.

Flamengo campeão da Supercopa em 2021 (Foto: Alexandre Vidal/CRF)

SITUAÇÃO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO RIO

Os dados do Consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde deste domingo, dia 1º de agosto, indicam que o Rio de Janeiro é o estado do Brasil com tendência de alta e número de casos e mortes por Covid-19 por dia. Um acréscimo de 20%, segundo as informações.

Ainda a respeito da pandemia no Rio, a média móvel dos últimos 7 dias é de 127 de mortes por Covid-19 por dia. Já a de casos é de 2.584 no Rio de Janeiro.

Ao todo, são 556 mil e 886 mortes no Brasil, e um total de 19 milhões 935 mil e 132 casos confirmados de Covid-19 até domingo, dia 1º de agosto. No Estado do Rio de Janeiro, foram 59 mil e 298 mortes e mais de 1 milhão de casos.