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Da base ao profissional, de meia à ponta: conheça a trajetória de Gabriel Teixeira no Fluminense

19/06/2021 07h00


Ano após ano, a base do Fluminense revela jogadores de destaque. O número de Moleques de Xerém que fazem a transição para o profissional é cada vez maior, em um processo que conta com a oscilação dos jovens. Em 2021, foi a vez de Gabriel Teixeira, que mesmo com porte franzino demonstra segurança e habilidade no setor ofensivo. Além da profissionalização, o meia-atacante encara outro desafio: atuar como ponta esquerda.

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Mesmo com pouco tempo no elenco principal, o jogador se consolidou como peça chave no esquema de Roger Machado, que o considera completo. Pela qualidade nos passes, lançamentos e finalizações, o camisa 39 conquistou a vaga que disputava com Luiz Henrique. Biel, como é chamado pelos companheiros, marcou três gols até o momento e auxiliou em diversos lances que resultaram em bolas na rede.

- Dentro das variáveis físicas e técnicas, é um dos jogadores mais potentes que a gente tem no grupo. É uma variável física comparada com a dos europeus, consegue fazer um jogo de altíssima intensidade durante os 90 minutos. Tenho dificuldade até para identificar onde ele pode evoluir ainda - disse o treinador após a partida contra o Cuiabá.

A confiança da comissão técnica é tão significativa que Gabriel foi realocado para o ataque. Acostumado a jogar centralizado na base, ele atua hoje como ponta esquerda, muitas vezes oscilando entre canto e centro da área. Em apenas alguns meses na posição, o atleta já foi "garçom" de Fred, garantiu a vitória contra o Cuiabá e apresenta boa movimentação no campo adversário. Com regularidade impressionante para a idade, segue escrevendo sua história sem vacilar.

Eduardo Oliveira, técnico do Sub-20 tricolor que treinou o jogador, comentou as características de Gabriel Teixeira no ataque em declaração ao LANCE!

- O Gabriel como atacante é o jogador que desequilibra qualquer defesa porque ele tem o drible, a criatividade de uma enfiada de bola, de um passe para o gol, de finalização - vide a finalização contra o Madureira, por exemplo. Então é um jogador imprevisível, criativo, tipicamente brasileiro, eu diria. É o DNA tricolor a serviço do futebol brasileiro. Ele resgata o futebol moleque e representa muito o Moleque de Xerém, e hoje, o Moleque de Xerém amadurecido - disse Oliveira, que ainda completou:

- Fico muito feliz porque é o processo do clube, de Xerém, do profissional, com todos nós fazendo com que os jogadores não só consigam, mas que eles sejam revelados e maturados. O jogador ser desenvolvido é uma coisa, ter esse retorno esportivo em competições de alto nível é uma coisa que o Fluminense está fazendo. É de se aplaudir o futebol profissional e de base, que hoje é uma coisa só, e o Gabriel Teixeira está sendo um dos expoentes desse trabalho realizado pelo clube como um todo - afirmou.

Outro aspecto que chama atenção são as qualidades defensivas do atacante. Mostrando versatilidade, auxiliou o sistema defensivo em diversos momentos, em especial na última rodada do Brasileirão, contra o Santos. Eduardo Oliveira ressalta que a característica é fruto de um trabalho contínuo, que vai de Xerém ao profissional.

- A atuação defensiva nos jogos, e particularmente nesse contra o Santos, é nada mais do que ele colocando em prática a maturidade dele, como um jogador que atua nas duas fases do jogo, ofensiva e defensiva. É extremamente comprometido, com espírito de equipe, que respeita a estratégia de jogo, o futebol a ser jogado pelo clube e principalmente um jogador criativo. Ele merece essas oportunidades e está praticando os cinco valores que a gente estimula no Fluminense - disse o treinador do Sub-20 do Tricolor.

Eduardo Oliveira espera que Biel siga aproveitando as chances no grupo profissional. O treinador acredita que o jovem tem um grande futuro pela frente.

- É um jogador com futuro promissor, que está conseguindo aproveitar as oportunidades, viver o momento positivo, e a gente aqui em Xerém torce muito para que ele possa continuar com essa evolução, superando esses desafios no futebol profissional e que ele consiga se consolidar como um grande jogador não só do futebol no Fluminense, mas do futebol brasileiro e mundial - concluiu.

Apesar de não ter recebido a mesma atenção que outros jogadores de sua geração, Gabriel Teixeira conquistou o reconhecimento da torcida rápido. Convenceu logo na estreia e atualmente é um dos integrantes mais elogiados do elenco. Para os tricolores, o jovem é consenso.

O Biel de 12 anos que chegava em Xerém talvez não imaginasse que, oito anos depois, estaria disputando Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores ao lado de craques como Fred e Nenê. Para ele e seu pai, que deixava de comer para que não faltasse ao filho, era um sonho que estava apenas começando. Depois de muito trabalho intenso, sacrifícios e evolução, é possível dizer que cada segundo valeu a pena.

*Estagiária sob a supervisão de Hugo Mirandela