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Libertadores - 2019

Com sombra da final de 2018, River e Boca abrem semifinais da Libertadores

Enzo Perez e Ramon Ábila disputam bola durante a partida entre Boca Juniors e River Plate - Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images
Enzo Perez e Ramon Ábila disputam bola durante a partida entre Boca Juniors e River Plate Imagem: Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images

01/10/2019 00h00

River Plate e Boca Juniors voltam a se enfrentar pela Copa Libertadores hoje, às 21h30 (de Brasília), ainda sob a sombra da decisão de 2018. Depois das polêmicas pelo ataque ao ônibus do Boca e a transferência do jogo para o Santiago Bernabéu, em Madri, os rivais abrem as semifinais no Monumental de Nuñez cercado de dúvidas e expectativas, dentro e fora de campo.

Para evitar tumultos como os do ano passado, dessa vez a Conmebol se precaveu. No início do mês, Boca e River receberam quase US$ 2 milhões (cerca de R$ 8,3 milhões) da instituição para melhorarem a parte da segurança dos seus respectivos estádios visando os dois confrontos. Palco do clássico de logo mais, o Monumental foi ampliado e agora comporta mais de 70 mil pessoas.

A instituição proibiu que torcedores entrem com adereços no estádio, que só terá aficionados do River. Na Argentina, os clássicos considerados "de risco" têm torcida única. Todos os ingressos foram vendidos e, de acordo com o jornal "Olé", é provável que a renda gire em torno de R$ 8,3 milhões. Em julho, pela Superliga Argentina, River e Boca empataram por 0 a 0 para um público de 66 mil presentes. Será o primeiro clássico com o estádio ampliado.

Dentro de campo, os dois times fizeram mistérios nos últimos treinamentos. No lado do River, o meia Juan Quintero, estrela da final de 2018, recebeu alta médica e está disponível para voltar aos gramados depois de seis meses fora. O colombiano rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em março, durante um jogo contra o Independiente.

A ideia do técnico Marcelo Gallardo e da comissão técnica é dar minutos ao canhoto no Campeonato Argentino para tê-lo em boa forma na volta, na Bombonera. Tudo leva a crer que os Milionários entrarão em campo com Montiel; Martinez, Diaz, Pinola, Casco; Ignacio Fernandez, Enzo Perez, Palacios, Julian Alvarez (Nicolas de la Cruz); Matias Suárez e Borré.

O Boca Juniors tem mais dúvidas. O técnico Gustavo Alfaro, que costuma divulgar o time titular, na coletiva dessa segunda-feira, só confirmou sete nomes: Andrada, Marcelo Weigandt, Lisando López, Izquierdoz, Marcone, Capaldo e Alexis Mac Allister. As incertezas estão na lateral-esquerda, meio-campo e as duas vagas do ataque. O meia Sálvio, um dos contratados em 2019, recuperou-se de lesão no fim de semana e foi relacionado, mas pode começar no banco de reservas.

No Campeonato Argentino, o Boca Juniors lidera com 18 pontos. O River Plate é o sétimo colocado com 14. No confronto pelo campeonato nacional, a postura exibida pelo Boca foi elogiada pelos torcedores, principalmente pela melhora na parte defensiva. Na Superliga, sofreu apenas um gol em oito jogos. No mata-mata da Libertadores, passou zerado nos confrontos contra Athletico-PR e LDU. A esperança no River é na consistência do trabalho de Gallardo, multicampeão no clube.

RELEMBRANDO A POLÊMICA DE 2018

No ano passado, o ônibus que levava o Boca Juniors até o Monumental foi atacado com pedras e paus. Ao tentar intervir, a polícia de Buenos Aires atirou gás de pimenta na multidão, o que acabou por atingir também os jogadores e a comissão técnica do Boca. Sem acordo sobre qual seria a melhor solução, a final da Libertadores foi parar na sede da Conmebol, no Paraguai.

Durante três dias, uma espécie de leilão foi feito por países estrangeiros visando tirar o confronto da Argentina. E ele aconteceu. O Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, ofereceu melhores condições e sediou o jogo decisivo. De acordo com a Conmebol, Madrid é a capital que mais recebe voos da América do Sul e também conta com uma grande presença de argentinos. Nas quatro linhas, o River venceu por 3 a 1 e sagrou-se tetracampeão sul-americano.