Dívidas, especulações e rival 'desleal': presidente do Corinthians abre o jogo
Avesso aos holofotes desde que enfrentou e saiu vitorioso de um processo de impeachment no Corinthians, o presidente Roberto de Andrade compareceu à sala de imprensa do CT Joaquim Grava e deu entrevista coletiva ao lado do técnico Fábio Carille nesta sexta-feira. Diversos assuntos foram tratados pelo mandatário, que aproveitou a ocasião para elogiar a conduta do grupo de jogadores em relação ao atraso de alguns dias no pagamento de salários - segundo Andrade, a situação ocorreu recentemente e já foi controlada.
- Ao longo dos últimos 12 meses tivemos problemas pontuais de não honrar salário nos dias certos. Quando acontecem esses problemas temos por costume vir aqui, sentar com todos e falar a verdade: 'tivemos um problema e vamos resolver'. Essa compreensão vocês não sabem o preço. Temos que enaltecer, porque jogador é sempre dito como mercenário e aqui não é assim. Isso aconteceu por duas vezes, dois pagamentos que foram atrasados e tive um respeito de todos que fica até pior do que se alguém tivesse reclamado. Quero enaltecer o grupo pelo trabalho que faz e o resultado dentro de campo.
Além do enaltecimento público ao elenco, o presidente do Corinthians admitiu os problemas financeiros que o clube enfrenta ao não honrar compromissos recentes, como na compra de Kazim (já fez acordo) ou em outros negócios, como os relativos a Vilson e Marlone, além da cobrança de Léo Artur por uma comissão e outros problemas. Roberto de Andrade citou até mesmo o rival Palmeiras como dono de um patrocinador "desleal" e comentou a eliminação precoce do Flamengo na Copa Libertadores para dizer que seu trabalho no Corinthians tem sido bem feito.
- A gente já cansou de ver no futebol que dinheiro não condiciona a equipe dar certo. Já trouxemos jogadores que custaram valores pequenos e foram o maior sucesso, os mais bem vendidos. Vimos agora recentemente o Flamengo, fez investimento grande, montou um timaço e a bola entrou aos 49, tudo o que foi gasto foi embora. Futebol não é uma conta exata, não está atrelado ao dinheiro. Se eu tivesse muito traria Messi, Neymar, mas nem assim teria certeza de bons resultados - disse o presidente, que ainda completou, sobre os problemas financeiros.
- Esses casos logicamente que não é novidade que estamos lutando com bastante dificuldade, não são poucas. Tivemos recentemente algumas penhoras por processos antigos que já estavam na Justiça por anos e culminaram em penhoras, tivemos que dispor de valores não previstos no orçamento. Isso atrapalhou bastante. Mas tem muitos casos de protestos que a grande parte está paga, demora para baixar, outras discussões de fornecedores de valores pequenos. Não é má intenção, estratégia, nossa estratégia é pagar 100% do que compramos. Mas não é privilégio do Corinthians, no Brasil fecham empresas, os veículos de vocês passam por dificuldades e mandam gente embora, tentam reduzir a despesa. Tudo isso acontece conosco também, temos dificuldades de obter receitas de patrocínios e temos que nos adequar a esse modelo, esse momento que estamos vivendo no Brasil e que está durando demais. Quando as coisas estão tomando uma direção positiva, volta para trás e para tudo, todos em compasso de espera. Todo mundo se recolhe, e por isso estamos tendo problemas, mas no Corinthians você não consegue reduzir despesas de imediato, estamos trabalhando para crescer a receita. Não temos parceiro, tem clubes que são casos à parte, pontos fora da curva, uma situação desleal, porque ninguém tem mais dinheiro que banco no Brasil - disse o presidente corintiano, sem citar nominalmente o Palmeiras e a Crefisa, sua patrocinadora.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE ROBERTO DE ANDRADE NESTA SEXTA-FEIRA:
BUSCA POR PABLO
"Estamos fazendo todos os esforços possíveis para manter o Pablo conosco. É nossa prioridade a contratação do Pablo, estamos trabalhando e espero que dê tudo certo".
ESPECULAÇÕES SOBRE NENÊ E RÉGIS
"Nenê e Régis não foram nem oferecidos e não temos interesse nos atletas. São notícias que surgem e desaparecem".
CAÇA POR PATROCÍNIO MASTER
"Contatamos algumas empresas, temos conversas em andamento, esperamos ter respostas rápidas para ter algo mais rápido".
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